quinta-feira, 7 de março de 2013

CPFL se diz pronta para expansão de negócios

Com um plano que contempla cerca de R$ 5 bilhões em investimentos em um horizonte de três anos, o grupo CPFL Energia está confiante na carteira de projetos que a CPFL Renováveis, braço de geração da companhia, tem em construção e desenvolvimento, além de não descartar a hipótese de novas empreitadas e até aquisições.

“Estamos prontos, temos projetos e capacidade financeira”, comentou o presidente do grupo, Wilson Ferreira Jr., ao responder que a participação nos próximos leilões é uma questão de avaliar as oportunidades que agregarão valor aos negócios. Para o executivo, a contratação baixa observada no último certame A-5, realizado em dezembro, foi um “ponto fora da curva”, sendo que ela não deve ser considerada como um parâmetro. De acordo com o presidente da CPFL Energia, o fato da companhia atuar nas principais fontes renováveis do país, respaldará a expansão, conforme o mercado se desenvolver. “O Brasil tem que olhar com atenção, para que ele possa usar de maneira inteligente todo o seu potencial”, disse ao afirmar que a empresa deseja participar com as três fontes: eólica, PCHs e biomassa. 

“Atualmente é mais competitivo colocar parques eólicos, mas acreditamos, que isso vai mudar”, disse sobre a necessidade de reconhecimento das PCHs e das usinas de biomassa na matriz, talvez por meio da realização de leilões por fontes ou regionais. “Temos parceria com usineiros, projetos previamente licenciados PCHs para participar em um momento que seja competitivo”, reafirmou. Ferreira falou ainda do projeto de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da usina solar da CPFL. 

“A gente se prepara para o futuro”, reforçou sobre a preparação da empresa para o momento em que a fonte solar deslanchar, o que na visão do executivo pode ocorrer com a queda dos preços dessa tecnologia no médio prazo. A CPFL realiza ainda medições de radiação, pensando ainda mais à frente. “Podemos avaliar a combinação da solar com a eólica”, colocou sobre a possibilidade de adicionar potência em áreas onde já existem parques em operação. 

As aquisições também não estão descartadas na área de ativos de geração. “Olhamos tudo aquilo que trouxer valor para empresa”, disse o presidente da CPFL Renováveis Miguel Saad. Ele confirmou que a companhia uma equipe voltada para fazer um rastreamento e análise de projetos, a medida que forem surgindo no mercado. Sobre a possível abertura de capital (IPO) da Renováveis, Saad contou que a empresa está pronta. “Fizemos toda a lição de casa desde o ano passado, apenas aguadamos a hora em que o mercado sinalizar que há potencial”. Para os executivos todo o impacto da Medida Provisória 579 está sendo processado pelo setor, com o resultado começando a ser digerido pelos investidores. 

“Mas é importante dizer o seguinte, para os projetos que nós temos em construção, não precisamos de capital”, falou o presidente da empresa, ao afirmar que a empresa tem garantidos recursos internos para fazer frente aos investimentos, sendo o IPO “importante para o crescimento”. Para se ter uma ideia, a CPFL Renováveis totaliza 5,5 GW de capacidade de geração, possuindo ainda outros 3,8 GW em projetos em desenvolvimento. 

Distribuição - Já na área de distribuição, o presidente do grupo considera não ser um “ato simples de comprar”. Ele ponderou que para manter a atual exigência de qualidade com tarifas mais baixas, as empresas tem que ter escala. “As exigências são legítimas, o país tinha uma variação de qualidade de serviço grande, perdas comerciais”, avaliou ao concordar que isso pode dificultar a operação das concessionárias menores, a estes padrões altos. Nessa área Ferreira Jr também não descarta aquisições. “Nós estamos atentos”. A respeito da aquisição do Grupo Rede, junto com a Equatorial, ele lembrou que existe ainda um prazo para a apresentação de recuperação judicial e aceitação dos credores, processo que a empresa está acompanhando de perto. Para o executivo, a parceria tem os ingredientes para dar certo. “Essa combinação desses dois operadores com alto nível de qualificação vai permitir essa missão ser consumada”, finalizou. (Jornal da Energia)

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