quinta-feira, 28 de março de 2013

Cesp aguarda definições do governo sobre operação da usina Três Irmãos

Mauro Arce, presidente da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) ainda não sabe explicar como será a futura relação da empresa com a usina Três Irmãos, que teve concessão vencida em novembro de 2011 e não renovada. “Enquanto não houver uma nova manifestação do Ministério de Minas e Energia concordamos em continuar operando a usina”, afirma o executivo que opera a hidrelétrica desde o dia 5 de março a pedido do ministério, até que uma nova licitação seja realizada. Com dúvidas a cerca de seu futuro financeiro, Arce diz que a empresa ainda não sabe qual será a remuneração recebida para continuar operando a usina. “Nos temos custos para operação de Três Irmãos e, por exemplo, se a usina necessitar de um conserto em uma das máquinas, vamos ter que perguntar se querem consertar ou não. 

Ainda não existe uma definição sobre qual será a remuneração por esse trabalho. Mas acredito que não haja disposição para briga entre governo e a empresa”, destaca. Cauteloso, Arce revela que a geradora de energia controlada pelo governo de São Paulo não vai vender a energia gerada em Três Irmãos. “É uma posição conservadora”, reconhece o presidente que admitiu ter 200 megawatts (MW) médios de energia disponível para comercialização durante o ano. 

O presidente, que não descarta a possibilidade de participar do leilão de concessão da hidrelétrica de Três Irmãos, deixa claro que “se a proposta no edital for a mesma feita pela Lei 12.783 (antiga MP 579), não faria sentido participar.” Diante de um novo cenário econômico, a Cesp informou que o orçamento previsto para 2013 não inclui a usina Três Irmãos. A empresa planeja investir R$ 69 milhões durante o ano nas manutenções necessárias para manter os ativos em condições de funcionamento. Arce também completou que a Cesp pretende pagar as dívidas que vencem neste ano e somam o valor de R$ 1,07 bilhão. “Vamos pagar a dívida com o fluxo de caixa da companhia que encerrou 2012 com R$ 579 milhões. No decorrer de 2013 esperamos que a geração de caixa fique acima de R$ 2 bilhões. Não vai ocorrer endividamento para arcar com os compromissos”, frisa o presidente. 

Reestruturação Em 2012, a Cesp iniciou seu processo interno de reestruturação. No ano passado a companhia diminuiu em 3,4% o número de empregados que atualmente somam 1.237 pessoas. Mas a empresa quer mais. Dando continuidade ao processo, Arce informou que a empresa está preparando um programa de demissão voluntária com o intuito de se preparar para a nova realidade em 2015 — data do vencimento das concessões das usinas de Ilha Solteira e Jupiá. “Temos um número grande de funcionários com direito a aposentadoria”, destaca Arce. O executivo espera uma aprovação do governo para iniciar o processo, mas destacou que sua expectativa é que ele tenha início no dia 31 de julho. (Brasil Econômico)

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