A Cemig Distribuição fechou a maior captação no mercado de capitais brasileiro neste ano até o momento, com uma emissão de R$ 2,16 bilhões em debêntures. Com boa demanda dos investidores, a companhia exerceu os lotes extras da oferta, que originalmente era de R$ 1,6 bilhão. Os papéis foram emitidos em três séries. Na primeira, com vencimento em cinco anos, os investidores terão remuneração de 0,69% ao ano mais a variação da taxa do depósito interfinanceiro (DI), abaixo do teto estipulado pela companhia, que era de 0,73%.
A segunda série, com prazo de oito anos e correção pela inflação medida pelo IPCA, renderá 4,70% ao ano, também abaixo dos 5,20% iniciais. Na terceira série, cuja taxa máxima era de 5,75% ao ano, a remuneração final dos papéis, que vencem em 12 anos, ficou em 5,10% ao ano mais IPCA.
A Cemig pretende usar a maior parte dos recursos para resgatar duas emissões de notas promissórias realizadas no ano passado. O Banco do Brasil foi o coordenador líder da oferta, ao lado de HSBC e Banco Votorantim. A empresa pediu o registro da emissão das duas séries de debêntures atreladas ao IPCA no Novo Mercado de Renda Fixa. A iniciativa da Anbima, associação que representa as instituições que atuam no mercado de capitais, tem o objetivo de aumentar a transparência das emissões.
A Cemig foi a pioneira a obter o selo da Anbima, com uma emissão realizada no início do ano passado. Por outro lado, a Taesa, empresa de transmissão do grupo mineiro, tornou-se a primeira a desistir da entrada no Novo Mercado. Com a oferta da Cemig, as captações com debêntures atingiram R$ 4,3 bilhões no acumulado deste ano, considerando apenas as operações que tiveram amplos esforços de distribuição no mercado de capitais. A incorporadora Brookfield, que pretendia captar até R$ 300 milhões, decidiu adiar a emissão, que seria fechada na semana passada.
A expectativa do mercado agora é da volta das ofertas das chamadas debêntures de infraestrutura, que contam com isenção fiscal para estrangeiros e pessoas físicas. A distribuidora de gás natural Comgás e a concessionária Ecovias, que opera o sistema Anchieta-Imigrantes, que liga São Paulo ao litoral, já anunciaram a intenção de captar recursos no mercado com o incentivo tributário. A empresa de geração de energia Tractebel também deve captar debêntures de infraestrutura, e a Eletrobras, que no ano passado adiou uma emissão de R$ 2 bilhões, estuda reformular a operação para se enquadrar nos requisitos da lei que concedeu o benefício fiscal, segundo o Valor apurou. (Valor Econômico)
Leia também:
* A gestão da iluminação pública
* Eólicas registram o melhor ano da história
* Lobão diz que Iphan atrasa obras de energia
* Agentes querem evitar que geradores paguem a conta por custo térmico
Leia também:
* A gestão da iluminação pública
* Eólicas registram o melhor ano da história
* Lobão diz que Iphan atrasa obras de energia
* Agentes querem evitar que geradores paguem a conta por custo térmico