quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Geradoras vão pedir ajuda do governo federal

Depois das 65 distribuidoras, os geradores também vão apresentar um pedido de socorro financeiro ao governo, com o argumento de afastar risco de calote no setor elétrico. O motivo é o mesmo das distribuidoras: elevação do preço da energia em decorrência da geração maciça de térmicas. A queda do nível dos reservatórios obrigou o governo a acionar as termelétricas para garantir o abastecimento. 

O pedido dos geradores será apresentado ao secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, numa reunião, amanhã, em Brasília. O setor dirá ao governo que registrou perdas de R$ 4 bilhões em janeiro. Os geradores também estão preocupados com rumores de que as usinas terão de pagar parte da conta das térmicas para ajudar as distribuidoras. Os geradores estão expostos ao custo das térmicas. Em janeiro, as usinas tiveram que gerar 26% menos em razão da queda do nível dos reservatórios. Para honrar os contratos, tiveram que comprar energia térmica. 

Consumidor recebeu a energia, afirma agência 
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) disse, em nota, que nenhum megawatt gerado pelas usinas do rio Madeira deixou de ser entregue aos consumidores e que nenhuma energia do complexo deixará de seguir para o sistema nacional. A agência informou que a energia está sendo transmitida para os Estados do Acre e de Rondônia e que "a entrada em operação das linhas de transmissão específicas do sistema Madeira ocorrerá antes de se alcançar o limite de transporte do sistema". 

O Ministério de Minas e Energia informou que o atraso na entrada em operação das linhas de interligação "não prejudica o planejamento do governo em relação ao abastecimento de energia". Segundo a assessoria do ministério, a Aneel vai apurar eventual responsabilidade das empresas encarregadas da construção das linhas de transmissão. Ibama informou que não houve atraso no licenciamento ambiental e que as autorizações de instalação das linhas de transmissão foram expedidas há dois anos. 

Procuradas, as empresas IE Madeira, responsável pela primeira linha, e NorteBrasil Transmissora, construtora da segunda linha, não se manifestaram. A Cymimasa, responsável pela construção da subestação de Araraquara, onde a energia do Madeira será redistribuída para o Sudeste e o Sul, disse que a obra está pronta desde o primeiro semestre do ano passado. A usina de Santo Antônio informou que nenhuma energia produzida até agora foi desperdiçada. A usina de Jirau não comentou o assunto. (Folha de S. Paulo)

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