quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Equatorial e CPFL têm desafio extra com novas aquisições

Com previsão de concluir a operação de compra do Grupo Rede Energia até junho deste ano, Equatorial e CPFL Energia, além de terem o desafio de reto-mar a qualidade nos serviços prestados, precisam também retomar a confiança dos consumidores abastecidos pelas distribuidoras do grupo. É que o endividamento das empresas, que sofreram intervenção em agosto do ano passado, somado a falta de investimentos levaram alguma das distribuidoras do Grupo Rede para o topo do ranking de reclamações do Procon.

No Estado do Mato Grosso, a entidade informou que em janeiro deste ano, a Cemat recebeu 223 reclamações. Em 2012, a companhia atingiu 1.597 queixas, com a principal reclamação sendo a cobrança indevida da fatura. “Devido ao aumento de reclamações, a Cemat aceitou a solicitação do Procon e do Conselho de Energia Elétrica do Estado para fazer um mutirão de análise dessas demandas, a fim de que se tenha uma resposta mais célere e justa para o consumidor”, explicou a superintendente de defesa do consumidor, Gisela Simona Viana de Souza. Já em Tocantins, o Procon Estadual constatou que a Celtins esteve entre as 15 empresas mais reclamadas no ano passado, com 1.508 queixas.

O cenário não é diferente na Enersul, localizada no Mato Grosso do Sul. No Estado, a empresa do Grupo Rede apresentou 63 reclamações no primeiro mês do ano e somou 411 queixas em 2012. A situação do Grupo Rede é mais favorável no Estado de São Paulo.

Mesmo com quatro distribuidoras no Estado — Caiuá, EBB, CNEE e Paranapanema —, o destaque de reclamações ficou para a concorrente Eletropaulo que apareceu na oitava posição, segundo o Procon SP em 2012, com 2.934 queixas. Diante do alto índice de reclamações, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), reduziu entre 18% e 19,69% as tarifas de energia elétrica das distribuidoras do Grupo Rede. Procurada a Aneel informou que “as reclamações feitas ao Procon não influenciam nos reajustes tarifários das distribuidoras”. Para Rafael Herzberg, sócio da consultoria Interact Energia, os problemas dessas distribuidoras não afetam só os consumidores residências.

“A falta de investimentos das concessionárias acaba afetando também a entrada de novas empresas nos Estados.” Segundo ele, a compra das distribuidoras pela CPFL e Equatorial pode sinalizar uma melhora na qualidade dos serviços e no fornecimento de energia. “Acredito que essas empresas devem ter um plano de investimento para as distribuidoras. Mas como elas vão viabilizar os recursos necessários, em um cenário de redução das tarifas?”, questiona o especialista que defende que as exigências regulatórias sejam cumpridas.


 Eletrobras divulga plano em 30 dias
O plano de reestruturação da Eletrobras deverá estar concluído em 30 dias, disse o presidente da estatal, José da Costa Carvalho Neto, nesta quarta-feira. “Estamos com uma série de trabalhos, de alternativas, que nós vamos apresentar para o ministro em 15 dias e em 30 dias estará pronto”, disse Carvalho. O executivo detalhou que em 15 dias a Eletrobras apresentará o plano ao Ministério de Minas e Energia. O ministério deverá então levar mais 15 dias para aprovar o plano. Assim, segundo Carvalho, o plano deverá ser totalmente concluído em 30 dias. A estimativa mais otimista feita pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, era de 40 dias. Sem dar detalhes, Carvalho disse que a ideia do plano é reduzir os custos, aumentar a receita da Eletrobras e dar à empresa uma estrutura financeira mais adequada. A empresa está desde o ano passado elaborando o novo plano de negócios para adequar sua estrutura de despesas à nova realidade de mercado decorrente da renovação das concessões de geração e transmissão de energia elétrica.
 (Brasil Econômico)