quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Eletropaulo vê solução estrutural sobre térmicas


A AES Eletropaulo, distribuidora de energia do grupo AES, acredita que o governo deverá apresentar uma solução que resolva estruturalmente o peso da energia mais cara das termelétricas no caixa das distribuidoras. “Não necessariamente estamos falando de um desenho de um financiamento para as empresas, mas de uma solução que contemple os aspectos conjuntural e estrutural uma vez que a tendência é que a gente passe a ter uma operação no setor elétrico brasileiro com nível de despacho de térmicas maior”, afirmou o presidente da empresa, Britaldo Soares. 

O executivo considera que o governo está mostrando agilidade para resolver esse problema. Segundo a associação das distribuidoras de energia, a Abradee, o impacto da geração térmica no caixa das distribuidoras, de outubro a janeiro, é de R$ 4 bilhões. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou ontem, que o governo está analisando se fará um aporte direto do Tesouro Nacional ou um empréstimo às distribuidoras de energia para ajudá-las a superar dificuldades de caixa devido ao alto custo com o uso das térmicas. 

A Eletropaulo registrou prejuízo líquido de R$ 72,6 milhões no quarto trimestre de 2012, e uma queda de 93% no lucro líquido anual para R$ 107,9 milhões em 2012—resultados que, entre outros fatores, foram afetados pelas despesas relacionadas com a geração termelétrica. A empresa propôs a distribuição de 25% do seu lucro líquido anual em proventos aos acionistas, no total de R$ 54,9 milhões em dividendos e juros sobre o capital próprio. 

Segundo o diretor financeiro Rinaldo Pecchio, as despesas com térmicas influenciou na decisão. Ele considera que o forte despacho de térmicas “deve se prolongar por mais alguns meses”. A forte geração termelétrica acionada desde outubro, diante da situação de baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, está afetando o caixa das distribuidoras de energia que arcam com o custo dessa geração mais cara quase que à vista para serem ressarcidas apenas no reajuste tarifário anual seguinte. (Reuters)

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