quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Governo estuda novos modelos para contratar térmicas

Novos integrante do governo já começam a admitir que há estudo sendo conduzidos internamente novos modelos de contratação de usinas termelétricas. Ontem, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, disse que entre as alternativas que são analisadas estão a adoção de leilões regionais e a contratação de térmicas pelo critério de quantidade, não apenas por disponibilidade. 


No caso do leilão regional, o governo analisa a necessidade específica de cada região, antes de decidir lança a licitação. Hubner considera que esta medida pode trazer vantagens relacionadas à redução do custo de instalação e operação de longas linhas de transmissão. 

Atualmente, a Aneel os projetos entram no leilão independente de sua localização, vencendo o empreendedor que ofertar a menor tarifa. Com isso, uma usina pode ter o despacho autorizado na região Nordeste para entregar a energia no Sudeste. 

Os leilões regionais são uma reivindicação antiga do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que defende a proximidades destas usinas dos principais centros de carga. "ONS sempre pede, porque eles têm a visão da operação", disse Hubner. 

Já a contratação das térmicas pelo critério de quantidades vem no sentido de colocar estas usinas para operar em plena capacidade ao longo do ano, com pausas apenas para manutenção. Segundo o diretor-geral da Aneel, esta não seria medida que ser tomada já nos próximos leilões. 

Atualmente, somente a hidrelétricas são contratadas pelo critério de quantidade de energia. Por disponibilidade, são contratadas as usinas eólicas e termelétricas. Isso ocorre com os parques eólicos pelo fato de a produção depender da força dos ventos e com as térmicas, até agora, porque ser acionadas em complementação à geração das hidrelétricas. Os planos do governo foi antecipada pelo Valor no início do mês em entrevista com o secretário de Planejamento Energético do Minas e Energia, Altino Ventura 

Boa parte das mudanças analisadas considera a necessidade cada vez maior de acionamento permanentemente das usinas termelétricas no Brasil para garantir a segurança no abastecimento de energia. Esta medida, segundo Hubner, é necessária devido à indisponibilidade de novos projetos de hidrelétricas com grandes reservatórios, o que permite administrar uma reserva de água para produção de energia de baixo custo nos períodos de estiagem no país. 

"Com essa realidade que a gente tem hoje há a tendência que no futuro sempre você vai ter a operação de um conjunto de térmicas", disse Hubner. O diretor admite que o custo elevado da geração térmicas deverá ser repassado aos consumidores. 

"Mesmo tendo uma hidrologia de acordo com a média histórica, é natural esperar que se tenha um conjunto de operação de térmicas para manter os reservatórios de acordo com o nosso procedimento de operação para chegar no período seco do final do ano em condições de atender o ano seguinte sem maior sobressaltos", afirmou. (Valor Econômico)

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