Líderes do PSDB reagiram às declarações da presidente Dilma Rousseff, que classificou de "insensibilidade" a recusa dos governos de São Paulo e de Minas em renovar os contratos de concessão de Cesp e Cemig com base na MP 579. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse que o PT e o governo federal não têm "moral" para fazer tal acusação, porque nos últimos 12 anos não tiveram "sensibilidade" para permitir o barateamento a consumidores e empresas.
Aécio destacou que a poucas semanas das eleições, a presidente anunciou em cadeia de rádio e televisão que tomaria medidas para reduzir a conta de luz. Mas não informou com quais parceiros ela contaria.
- Quero dizer que a senhora presidente da República e o governo do PT estão na obrigação moral de manter o desconto de 20% na conta dos brasileiros, sob o risco de (Dilma) ser acusada de ter cometido um estelionato eleitoral. E o caminho para isso não é a desorganização do sistema, não é levar à insolvência empresas do setor.
O secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, foi duro e classificou como "sordidez" a insinuação de que a recusa teria sido fruto de articulação política:
- É sordidez de gente mal-intencionada (falar em conluio). É coisa para desviar a atenção de casos como o da Rosemary e do Pibinho.
O governador tucano de Minas, Antônio Anastasia, lembrou que o Artigo 21 da Constituição determina que a concessão dos potenciais hidroenergéticos depende de articulação com os estados detentores desses potenciais, e a MP 579 foi imposta sem prévia discussão:
- Todo mundo, é claro, quer redução da tarifa da energia. Agora, tem que ver os meios adequados para isso. Em nota, a direção do PSDB respondeu que em São Paulo e Minas Gerais os mais pobres já pagam tarifas meno res de energia, porque estão isentos do ICMS - o que não se repete em estados sob o comando do PT. (O Globo)
Para Dilma, falta de sensibilidade custará caro
A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que a União vai garantir a redução de energia prometida para o ano que vem. "Reduzir o preço da energia é uma decisão da qual o governo federal não recuará, apesar de lamentar a imensa falta de sensibilidade daqueles que não percebem a importância disso", disse, a uma plateia repleta de empresários, no Encontro Nacional de Indústrias. Sem citar governadores ou empresas, Dilma afirmou que a não renovação "vai onerar bastante o governo federal". Até o momento, o governo garantiu um desconto de 16,7% em média, contra o objetivo inicial de 20,2%. Das grandes empresas, apenas a Eletrobras, controlada pela União, aderiu integralmente à proposta. O ministro Guido Mantega (Fazenda) chegou a dizer que o governo não sabia se seria possível assegurar todo o percentual prometido, mas foi desmentido pelo Planalto. (Folha)
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