terça-feira, 20 de novembro de 2012

Cemig defende mais prazo para decidir

A Cemig, elétrica controlada pelo Estado de Minas Gerais, espera que o governo federal prorrogue para fevereiro ou março o prazo para que as elétricas decidam se aceitam ou não os novos termos de concessão do setor. O prazo atual é 4 de dezembro. O presidente da empresa, Djalma Bastos, diz que vem mantendo conversas tanto com integrantes do Executivo quanto com parlamentares da base do governo e da oposição.

Ontem, a Cemig divulgou resultados do terceiro trimestre. Alta de 43% no lucro líquido em relação ao mesmo período de 2011, atingindo R$ 937 milhões; de 18% da geração de caixa, para R$ 1,75 bilhão; e de 19% da receita líquida, para R$ 4,81 bilhões. O lucro da distribuidora teve queda de 43%.

Em função das incertezas sobre as novas regras de concessões e tarifas, que constam da medida provisória 579, a empresa decidiu não divulgar sua projeção de investimento para o próximo ano. Bastos, no entanto, falou em continuar de "de forma mais agressiva" investindo em aquisições e também leilões, licitações com o intuito de agregar mais valor à empresa.

A empresa já manifestou ao governo, ainda que com ressalvas, o interesse de renovar a concessão de 18 de suas hidrelétricas sob as novas regras criadas pela MP. Mas deixou de fora três, São Simão, Jaguará e Miranda, por entender que como as concessões dessas não passaram ainda por nenhuma renovação, o contrato com o governo garante uma renovação sob as regras atuais. O governo não concorda e diz ser "tranquilo" ganhar a disputa contra a Cemig, caso a questão seja levada à Justiça.

A empresa tem dito que essa seria a saída somente se todas as possibilidades de diálogo que ainda acredita haver naufragarem. "Nem nós nem o governo querem isso [disputa judicial]", disse ontem, em entrevista na sede da Cemig, o diretor de Finanças e Relações com Investidores, Luiz Fernando Rolla.

Pelas novas condições, as tarifas ficam mais baixas a partir de 2013, o que implica na redução da receita das companhias. O governo estabeleceu o prazo até 4 de dezembro para as empresas se manifestarem se aceitam antecipar a renovação das concessões ou se entregam os ativos para nova licitação. A direção já marcou reunião do conselho de administração para 3 de dezembro para tomar uma decisão.

Segundo Rolla, se as regras forem sancionadas na forma que estão, a Cemig terá de fazer fortes ajustes. "Teríamos de fazer redução drástica nos custos operacionais." Não se trata de demissões em massa, mas mudanças nos processos. A empresa tem 8 mil funcionários. (Valor Econômico)
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