O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, acredita que, após definir o futuro das concessões do setor elétrico que vencem a partir de 2015, o governo terá outro complicado tema sobre o qual se debruçar. Construir ou não hidrelétricas com reservatórios?
Terça-feira (21/8), durante evento em São Paulo, Chipp demonstrou preocupação. "Se a gente não tomar uma decisão com relação a reservatório, a coisa pode ficar crítica em termos de custo, de modo que se precisará de mais térmicas para garantir o suprimento. Essa é uma das preocupações do operador. E, a cada ano que passa, nós temos que gerar com mais térmicas, inclusive para atender a ponta".
O técnico alertou que em 2011 as UHEs representavam 78,7% da matriz brasileira. No entanto, esse patamar deve cair para 71,2% até 2016. "E cada vez menos... com usinas sem reservatórios e uma carga crescendo a uma taxa de 4,5% ao ano", destacou.
Como a energia elétrica é um insumo diferente, que precisa ser consumido no momento da produção, os reservatórios funcionam como uma bateria, capaz de armazenar água para gerar em períodos de hidrologia baixa ou de alta demanda. Consequentemente, a possibilidade de "armazenar energia" proporciona mais segurança para o sistema elétrico brasileiro.
"Eu acho que é preciso fazer uma reflexão profunda no País com relação a esse equilíbrio, entre a contratação de hidrelétricas a fio d' água (sem reservatório) versus a necessidade de complementação termelétrica para atendimento da carga e da ponta. E perguntar: Qual é o ponto ótimo de equilíbrio em termos de modicidade tarifária; custo global de operação; expansão e redução de CO2?", provocou Chipp, para uma platéia formada por mais de 150 participantes. "Porque se continuar gerando térmica como estamos gerando, esse custo global vai ser muito maior."
Segundo do diretor do ONS, é preciso aproximar órgãos de meio ambiente com o setor elétrico, para que um compreenda o outro. "Uma hora você cede um pouco de um lado; hora de outro, para Brasil poder progredir.A expectativa que eu tenho não é a de construir reservatório como antigamente, em que o meio ambiente não participava. Mas também não é de contratação zero desse tipo de usina."
Já o secretário de planejamento e desenvolvimento energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho, entende a relevância do tema e admite que "exigiria um debate mais aprofundado", mas não mostra muita fé em retomar esses projetos.
Ele apontou que a maior parte do potencial hidrelétrico remanescente no País está na região Norte, que é bastante plana. Assim, para fazer grandes lagos, seria necessário inundar grandes faixas de terra. O que não é lá muito ambientalmente factível em uma área como a Amazônia.
"As condições ambientais não sinalizam nessa direção. Fizemos várias usinas de reservatórios grandes em uma época em que isso era possível. Havia poucas pessoas morando, havia outro contexto. Novos reservatórios de regularização hoje é difícil, até para encontrar locais que tenham soluções apropriadas. Estamos dentro de uma realidade por razões ambientais e até de topografia em que não podemos mais fazer como no passado", avaliou Ventura (Jornal da Energia)
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Terça-feira (21/8), durante evento em São Paulo, Chipp demonstrou preocupação. "Se a gente não tomar uma decisão com relação a reservatório, a coisa pode ficar crítica em termos de custo, de modo que se precisará de mais térmicas para garantir o suprimento. Essa é uma das preocupações do operador. E, a cada ano que passa, nós temos que gerar com mais térmicas, inclusive para atender a ponta".
O técnico alertou que em 2011 as UHEs representavam 78,7% da matriz brasileira. No entanto, esse patamar deve cair para 71,2% até 2016. "E cada vez menos... com usinas sem reservatórios e uma carga crescendo a uma taxa de 4,5% ao ano", destacou.
Como a energia elétrica é um insumo diferente, que precisa ser consumido no momento da produção, os reservatórios funcionam como uma bateria, capaz de armazenar água para gerar em períodos de hidrologia baixa ou de alta demanda. Consequentemente, a possibilidade de "armazenar energia" proporciona mais segurança para o sistema elétrico brasileiro.
"Eu acho que é preciso fazer uma reflexão profunda no País com relação a esse equilíbrio, entre a contratação de hidrelétricas a fio d' água (sem reservatório) versus a necessidade de complementação termelétrica para atendimento da carga e da ponta. E perguntar: Qual é o ponto ótimo de equilíbrio em termos de modicidade tarifária; custo global de operação; expansão e redução de CO2?", provocou Chipp, para uma platéia formada por mais de 150 participantes. "Porque se continuar gerando térmica como estamos gerando, esse custo global vai ser muito maior."
Segundo do diretor do ONS, é preciso aproximar órgãos de meio ambiente com o setor elétrico, para que um compreenda o outro. "Uma hora você cede um pouco de um lado; hora de outro, para Brasil poder progredir.A expectativa que eu tenho não é a de construir reservatório como antigamente, em que o meio ambiente não participava. Mas também não é de contratação zero desse tipo de usina."
Já o secretário de planejamento e desenvolvimento energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho, entende a relevância do tema e admite que "exigiria um debate mais aprofundado", mas não mostra muita fé em retomar esses projetos.
Ele apontou que a maior parte do potencial hidrelétrico remanescente no País está na região Norte, que é bastante plana. Assim, para fazer grandes lagos, seria necessário inundar grandes faixas de terra. O que não é lá muito ambientalmente factível em uma área como a Amazônia.
"As condições ambientais não sinalizam nessa direção. Fizemos várias usinas de reservatórios grandes em uma época em que isso era possível. Havia poucas pessoas morando, havia outro contexto. Novos reservatórios de regularização hoje é difícil, até para encontrar locais que tenham soluções apropriadas. Estamos dentro de uma realidade por razões ambientais e até de topografia em que não podemos mais fazer como no passado", avaliou Ventura (Jornal da Energia)
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