ASSUNÇÃO - Enquanto o presidente do Paraguai, Federico Franco, reafirmava nesta quinta-feira, 9, que deixará de "ceder" energia ao Brasil e à Argentina, o diretor-geral paraguaio de Itaipu, Franklin Boccia, garantiu que a usina binacional "está blindada contra questões políticas" e "nada afetará as relações com o lado brasileiro".
Em entrevista ao Estado, Boccia disse que o presidente está sendo "mal interpretado". O que o novo governo de Assunção quer é ampliar o consumo interno de energia limpa produzida por Itaipu e reduzir o uso de combustíveis fósseis, segundo Boccia, engenheiro indicado há pouco mais de um mês por Franco para chefiar o lado paraguaio da usina no Rio Paraná.
O presidente que sucedeu a Fernando Lugo, porém, voltou a criticar, nesta quinta, a venda de energia ao Brasil e à Argentina, falando a empresários. "O Paraguai tem de se fazer respeitar e Buenos Aires e Brasília devem entender que terminou a época em que o presidente paraguaio recebia benefícios e lhes outorgava o usufruto de nossa energia", afirmou. "Hoje, se dá de presente energia paraguaia ao Brasil e à Argentina."
Em seu discurso na capital, Franco disse que a "palavra "ceder" significa não receber nada em troca". Mas, antes das declarações do presidente, o diretor-geral do lado paraguaio de Itaipu havia atribuído outro significado à palavra. "Ceder energia é a terminologia técnica que está no tratado. O Paraguai, que usa de 5% a 6% do total de energia produzida em Itaipu, determina o quanto consumirá e o restante é vendido ao Brasil. O tratado, entretanto, fala em "cessão" e não em "venda" de energia."
Segundo as regras estabelecidas em 1973, a produção da usina binacional é dividida igualmente entre Paraguai e Brasil – cada um fica com 50%. O lado paraguaio, porém, usa menos de 10% do total que lhe é de direito e revende o restante aos brasileiros. O Paraguai ainda mantém uma usina binacional com a Argentina, Yaciretá.
"Nosso objetivo é utilizar mais da energia que já é do Paraguai. E isso é uma política de Estado e não de governo, ela vai muito além do mandato de Franco e até mesmo do presidente que será eleito em abril. O objetivo é que o Paraguai, paulatinamente, use mais energia hidrelétrica de Itaipu e Yaciretá e vá deixando de lado os combustíveis fósseis", disse Boccia.
O diretor-geral do lado brasileiro da usina binacional, Jorge Samek, disse não estar preocupado com as declarações de Franco. "Itaipu tem contrato e tratado que estabelecem claramente formas de compra e funcionamento. Eles compram a energia necessária e o que não consomem é comprado pelo Brasil", disse ele à Agência Brasil. "Claro que, se eles consumirem mais, haverá, obviamente, menos energia para o Brasil. Mas isso requer instalação de novas indústrias e fatores que levem a um maior consumo." (O Estado de S. Paulo)
Leia também:
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* Agentes se manifestam contra proposta da Aneel de exclusão de empresas com projetos em atraso
Em entrevista ao Estado, Boccia disse que o presidente está sendo "mal interpretado". O que o novo governo de Assunção quer é ampliar o consumo interno de energia limpa produzida por Itaipu e reduzir o uso de combustíveis fósseis, segundo Boccia, engenheiro indicado há pouco mais de um mês por Franco para chefiar o lado paraguaio da usina no Rio Paraná.
O presidente que sucedeu a Fernando Lugo, porém, voltou a criticar, nesta quinta, a venda de energia ao Brasil e à Argentina, falando a empresários. "O Paraguai tem de se fazer respeitar e Buenos Aires e Brasília devem entender que terminou a época em que o presidente paraguaio recebia benefícios e lhes outorgava o usufruto de nossa energia", afirmou. "Hoje, se dá de presente energia paraguaia ao Brasil e à Argentina."
Em seu discurso na capital, Franco disse que a "palavra "ceder" significa não receber nada em troca". Mas, antes das declarações do presidente, o diretor-geral do lado paraguaio de Itaipu havia atribuído outro significado à palavra. "Ceder energia é a terminologia técnica que está no tratado. O Paraguai, que usa de 5% a 6% do total de energia produzida em Itaipu, determina o quanto consumirá e o restante é vendido ao Brasil. O tratado, entretanto, fala em "cessão" e não em "venda" de energia."
Segundo as regras estabelecidas em 1973, a produção da usina binacional é dividida igualmente entre Paraguai e Brasil – cada um fica com 50%. O lado paraguaio, porém, usa menos de 10% do total que lhe é de direito e revende o restante aos brasileiros. O Paraguai ainda mantém uma usina binacional com a Argentina, Yaciretá.
"Nosso objetivo é utilizar mais da energia que já é do Paraguai. E isso é uma política de Estado e não de governo, ela vai muito além do mandato de Franco e até mesmo do presidente que será eleito em abril. O objetivo é que o Paraguai, paulatinamente, use mais energia hidrelétrica de Itaipu e Yaciretá e vá deixando de lado os combustíveis fósseis", disse Boccia.
O diretor-geral do lado brasileiro da usina binacional, Jorge Samek, disse não estar preocupado com as declarações de Franco. "Itaipu tem contrato e tratado que estabelecem claramente formas de compra e funcionamento. Eles compram a energia necessária e o que não consomem é comprado pelo Brasil", disse ele à Agência Brasil. "Claro que, se eles consumirem mais, haverá, obviamente, menos energia para o Brasil. Mas isso requer instalação de novas indústrias e fatores que levem a um maior consumo." (O Estado de S. Paulo)
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