terça-feira, 17 de julho de 2012

Reorganização societária na Neoenergia longe de desfecho

O novo presidente da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, Dan Conrado, não enxerga um desfecho rápido para a novela que se tornou a participação da sócia espanhola Iberdrola na empresa de energia Neoenergia. "Tudo está na mesma. Não tem nenhum fato novo", afirmou.

Entretanto, o executivo admitiu que o fundo de pensão tem conversado com o grupo espanhol sobre a intenção da companhia de se desfazer do ativo no Brasil.

"Já conversamos bastante, tivemos reuniões (com a Iberdrola). Mas não tem solução no curto prazo", afirmou. No comando da Previ desde junho, Conrado fez questão de reforçar que o fundo de pensão vê a Neoenergia como um "excelente ativo". Controlada pela Previ (49%), Iberdrola (39%) e o Banco do Brasil (12%), a Neoenergia é uma holding que reúne três distribuidoras de energia elétrica na região Nordeste: Coelba, na Bahia, Celpe, em Pernambuco, e Cosern. no Rio Grande do Norte.

Desde o final do ano passado, a Iberdrola vem buscando alternativas para o ativo no Brasil. Primeiro, tentou aumentar sua fatia na Neoenergia, mas esbarrou na resistência do governo de entregar a um grupo estrangeiro o papel de destaque na reorganização do setor elétrico. O presidente mundial da Iberdrola, Ignácio Galán, foi várias vezes a Brasília tentar sensibilizar o governo. Sem sucesso, os espanhóis tentam agora um caminho inverso: vender sua fatia na empresa.

Os movimentos do grupo espanhol seriam motivados, segundo fontes, pela entrada do novo padrão contábil mundial IFRS. Pelas novas regras, a companhia só poderia contabilizar o resultado da Neoenergia se fosse majoritária. Por isso a tentativa de comprar uma fatia maior.

Mas o recente adiamento na entrada em vigor das novas regras para 2014 tirou um pouco da pressão por uma solução para que o ativo brasileiro possa ser contabilizado no balanço da Iberdrola.

Vale. O presidente da Previ, que participou ontem de um seminário sobre energia na PUC-RJ, admitiu a possibilidade de assumir a presidência do conselho de administração da mineradora Vale - da qual o fundo de pensão é um dos maiores acionistas e integrante do bloco de controle. "Pode ser que sim, mas não agora", disse. Sobre planos para uma eventual redução da participação acionária na mineradora, o executivo disse que tem cinco anos para resolver a questão. "Temos muito prazo para fazer isso. Até 2017", disse. (O Estado de S.Paulo)

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