A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), na qual são registrados os contratos de compra a e venda de eletricidade no país, pediu o desligamento da Companhia Técnica de Comercialização de Energia (CTCE), comercializadora do grupo Rede, que passa por dificuldades financeiras. A comercializadora está inadimplente no mercado de energia de curto prazo.
Procurado, o Grupo Rede respondeu via assessoria que não iria se pronunciar sobre o assunto.
O pedido de desligamento da CTCE foi encaminhado à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e consta das decisões tomadas na última assembleia do conselho de administração da CCEE.
De acordo com a ata da assembleia, a CCEE decidiu "indeferir os pedidos apresentados pela CTCE em sua defesa, por não encontrarem respaldo legal e factual". A câmara também votou a favor do encaminhamento do "procedimento de desligamento da CTCE para Aneel, para a adoção das medidas cabíveis em relação ao agente, inclusive sobre o tratamento da questão quanto à inadimplência no mercado de curto prazo."
Segundo apurou o Valor, a CTCE não pagou por contratos na CCEE equivalentes a R$ 18 milhões, o que elevou o índice de inadimplência na câmara em abril para 2,54%. Em fevereiro e março, a inadimplência nos contratos registrados pela CCEE havia se situado em 1,01% e 0,91%, respectivamente.
De acordo com agentes do mercado de energia, há ainda informações de que a comercializadora do grupo Rede estaria envolvida em pelo menos três processos abertos na Câmara FGV de Conciliação e Arbitragem, eleita pela CCEE para solução de controvérsias entre os agentes (compradores e vendedores). Os processos seriam referentes à tentativa de rescisão de contratos de energia firmados com a comercializadora. A empresa seria ré num dos processos e autora em outro, afirmaram fontes do setor.
Segundo um executivo, em um dos processos, a CTCE alega que os preços da energia subiram muito, o que a impede de honrar o contrato de compra de energia.
Segundo fontes do setor, há rumores de que o grupo Rede estaria buscando compradores para a carteira de contratos de sua comercializadora.
Devido à seca, os preços da energia no mercado de curto prazo registram fortes altas neste ano. Essa situação favorece as empresas que possuem excesso de energia contratada, que poderão vender suas sobras a preços mais altos, mas são uma dor de cabeça para quem precisa comprar no mercado spot, afirmam analistas. (Valor Econômico)
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