A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável pelo registro de todos os contratos de compra e venda de energia do país, decidiu entrar na Justiça contra o grupo Bertin. O órgão cobra da empresa uma multa de R$ 38 milhões pela energia que foi comercializada pela termelétrica de José de Alencar, no Ceará, uma das usinas do grupo que não saíram do papel.
A CCEE buscou um acordo com o Bertin, mas que não foi adiante. Segundo uma fonte do setor, a câmara decidiu que vai cobrar a multa na Justiça e está em fase de contratação do escritório.
Na avaliação de Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (gesel), ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, essa seria uma excelente oportunidade para "trocar" a energia vendida pelo Bertin em 2008 - nos leilões para entrega em três anos (A-3) e cinco anos (A-5) - por uma energia limpa. As usinas do Bertin queimam óleo combustível.
Como elas não ficaram prontas, a previsão é que haverá uma maior demanda nos leilões de energia que serão realizados em outubro deste ano pelo governo. E uma grande parte da energia ofertada será de novos parques eólicos.
A revogação das usinas do Bertin pela Agência Nacional de Energia Elétrica também pode elevar os preços nos próximos leilões, ou pelo menos impedir que elas caiam, afirmam analistas.
Em 2008, a energia foi vendida pelo grupo Bertin nos leilões A-3 por volta de R$ 126 o MWh. Nos leilões A-5 realizados no mesmo ano, a energia foi comercializada em torno de R$ 146 o MWh pela companhia. (Valor Econômico)
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