O Brasil tem atualmente 1,6 mil MW de capacidade instalada em geração eólica. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão de planejamento do Ministério de Minas e Energia, as outorgas concedidas nos últimos três anos chegam a 6,8 mil MW. Neste ritmo de expansão, a capacidade em geração eólica no ano de 2015 deve ser 7,5 vezes maior do que a disponível em 2010.
Diante da necessidade de diversificar a matriz para aumentar a segurança energética, e com o compromisso de expandir cada vez mais a oferta de fontes renováveis, o governo de São Paulo vai apresentar em breve o Atlas Eólico do estado.
A versão preliminar do Atlas já está pronta, mas como a análise das medições em microescala - isto é, com alta precisão e confiabilidade - precisam ser finalizadas no exterior, a versão completa e definitiva será apresentada emcerca de 60 dias.
Ainda que a vocação de São Paulo continue voltada à energia hidrelétrica, à biomassa de cana e aos biocombustíveis, o potencial em geração identificado pelo Atlas, somado à infraestrutura logística, à rede de transmissão e ao ambiente de negócios devem tornar vantajosos os investimentos em energia eólica no estado.
A novidade do Atlas paulista é que ele não se limita a apontar as regiões mais ou menos propícias para a instalação de parques geradores.
O documento foi elaborado para facilitar a modelagem de negócio e o planejamento, aumentando a segurança dos empreendedores que pretendam investir em energias renováveis no estado de São Paulo.
Por isso, o Atlas traz uma ampla caracterização geográfica e demográfica do território paulista, as vantagens competitivas embutidas em nossa rede logística e infraestrutural, o volume e o perfil de consumo de eletricidade por região e por setor, a climatologia, a proximidade das redes de transmissão e dos centros de carga, entre outros estudos.
Foram identificados pontos de potencial para geração eólica em todo o território, principalmente nas regiões adjacentes a Ribeirão Preto, Sorocaba, Franca, São José do Rio Preto, Marília e Bauru.
Somando este potencial eólico existente à expansão da biomassa e da cogeração, o leque de opções energéticas limpas, eficientes e competitivas fará de São Paulo um dos mercados mais dinâmicos do mundo em energias renováveis.
Vale lembrar que o total de investimento previsto para o setor energético brasileiro até 2020 é da ordem de R$ 1 trilhão. Nós vamos criar todas as condições para que este volume de negócios gere ainda mais desenvolvimento, competitividade e riqueza.
Nossa matriz energética é uma das mais limpas do mundo, com 55% de participação das fontes renováveis, contra apenas 12,5% da matriz mundial. Até 2020, deveremos alcançar algo em torno de 70%.
O Atlas Eólico de São Paulo e outras iniciativas na área de renováveis vêm para consolidar definitivamente a inclinação do estado ao desenvolvimento sustentável.
A diversidade de nossas opções energéticas e a racionalidade na maneira de se aproveitar o potencial existente dizem muito sobre nossa capacidade de gerar riqueza e qualidade de vida. José Aníbal - Economista e secretário estadual de Energia de SP (Brasil Econômico)
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