Os servidores de dez agências reguladoras, além do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), ameaçam diminuir o ritmo de trabalho e entrar em operação-padrão, a partir de amanhã. Assembleias da categoria serão realizadas hoje, em todo o país, para ratificar a decisão.
"O clima de insatisfação é muito grande", afirma Ricardo Holanda, diretor de comunicações do Sinagências, sindicato que representa cerca de 7 mil servidores do quadro permanente dos órgãos reguladores. Funcionários comissionados não devem participar do movimento.
De acordo com Holanda, a operação-padrão "se estenderá até surgir um fato novo", mas os servidores tendem a aderir "em massa" à operação-padrão. Ele prevê diminuição no ritmo de análise de processos que envolvem fiscalização de serviços e reajustes de tarifas de empresas reguladas, em diversas áreas.
Na segunda-feira, dia 9, a diretoria do Sinagências terá nova reunião com o Ministério do Planejamento e com a Advocacia-Geral da União (AGU). O sindicato quer repor perdas acumuladas desde 2008 e pede reajuste salarial de 22,08%. Também discute a reorganização das carreiras nas agências e a implantação de subsídios como forma de substituir as atuais gratificações, reforçando os salários-base. Se não houver avanços nas negociações, o Sinagências prevê greve nas agências a partir do dia 16.
A última greve dos trabalhadores de agências reguladoras, em 2008, culminou em aumentos significativos. Os técnicos administrativos conseguiram elevar seus salários de R$ 2,8 mil para R$ 4,7 mil. Desde então, segundo Ricardo Holanda, o ambiente de negociação se deteriorou e as reivindicações foram se acumulando. Um dos pedidos é simplificar a estrutura de cargos nos órgãos. (Valor Econômico)
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