segunda-feira, 21 de maio de 2012

‘Smart grid’ Empresas investem, antes mesmo da regulamentação


‘Smart grid’ Empresas investem, antes mesmo da regulamentação
O investimento previsto é tão grande que fabricantes estrangeiros de medidores instalados aqui (Landis+Gyr e Elster, por exemplo) já expandem sua capacidade em antecipação à demanda, enquanto outros negociam a abertura de plantas no país (como a ATC, de Hong Kong).

— Daqui a dez anos, apenas Estados Unidos, China e a Europa como um todo estarão na frente do Brasil. Mas na Europa, nenhum país terá um mercado maior que o brasileiro. A Índia é um mercado enorme e tem grande potencial, mas não vai se desenvolver tão rapidamente quanto o Brasil — disse ao GLOBO o presidente da Northeast, Ben Gardner, que vê a regulamentação da Aneel como a única peça faltando para se instalar os medidores em larga escala. Ele lembrou que, na Europa, o smart grid tem 80% de penetração. — O governo dos EUA investiu US$ 4 bilhões em estímulo ao smart grid no pacote de recuperação econômica.

Uma vez implementado, o smart grid deve reduzir em 5% o consumo residencial no horário de pico, entre 18h e 21h, previu Pepitone, da Aneel. A economia equivale, segundo ele, ao consumo de uma cidade com 10 milhões de habitantes (São Paulo tem pouco mais de 12 milhões) ou de metade da geração prevista para a usina de Santo Antônio.

As concessionárias não esperaram a regulamentação para fazer incursões na solução. Quase todas as grandes distribuidoras já têm projetos-piloto — em cidades como Rio, Aparecida (SP) e Parintins (AM) — e a Northeast calculou que mais de um milhão de medidores inteligentes já funcionam no país.

A Ampla já investiu R$ 3 milhões dos R$ 38 milhões previstos no seu projeto de fazer de Búzios, na Região dos Lagos, uma cidade inteligente. E o smart grid tem papel central no programa. Duzentos medidores inteligentes já foram instalados no município, e a Ampla espera ampliar esse número para até 10 mil. Lá, a tecnologia é aplicada à iluminação pública, tornando-a capaz de variar sua intensidade de acordo com a presença de pessoas e de carros. Cem domicílios de Niterói testam medidores inteligentes. Já a Light tem planos de instalar mil medidores inteligentes em bairros das do Rio e da Baixada. A empresa vai investir R$ 35 milhões até 2013 no projeto.

— O smart grid vai, além de tudo, mudar a relação entre cliente e concessionária. O consumidor deixará de telefonar apenas para comunicar problema para também sugerir metas de consumo, por exemplo — disse Fábio Toledo, superintendente da Light.
Marcos Martim, consultor da IBM Brasil para smart grid, cita pesquisa da empresa em 15 países que mostrou que 60% dos 10 mil entrevistados desconheciam o conceito. No Brasil, foram 67%. Mas 76% dos brasileiros gostariam de ter informações sobre o consumo de energia. (O Globo)
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