O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estima que o investimento necessário para construir cada MW de um parque de geração de energia eólica no Brasil caiu 45% desde os tempos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). A iniciativa, lançada em 2002 pelo governo federal para contratar as primeiras usinas da fonte no País, tinha um custo médio de R$6 milhões por MW instalado. No leilão A-5 do ano passado, que viabilizou quase 1GW eólico, tal valor ficou em R$3,3 milhões por MW.
Os números aparecem em apresentação feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante evento da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) realizado em São Paulo. Contratadas por tarifas incentivadas, as plantas do Proinfa hoje vendem a geração a cerca de R$309,30 por MWh. O montante é quase três vezes maior que o preço-médio do certame do ano passado, de R$105 por MWh.
O banco do governo estima que somente as melhores condições oferecidas em seus financiamentos para projetos eólicos foram responsáveis por uma redução de 25% nas tarifas. Do outro lado, a queda nos valores dos equipamentos ajudou a baixar o custo geral dos parques.
As usinas contratadas entre 2005 e 2010 já receberam R$1,8 bilhões do BNDES, de um total de R$2,8 bilhões em financiamentos concedidos. Tais projetos somam 1GW e R$5,3 bilhões em investimentos. Em 2011, foram 1,1GW financiados com R$3,4 bilhões, dos quais R$2,2 bilhões já foram liberados. Neste ano, o banco estima aumentar em 30% o ritmo.
Atualmente, entre usinas contratadas em processo de liberação de recursos, plantas em análise, projetos enquadrados e em carta-consulta, o BNDES conta 107 parques eólicos. Os empreendimentos somam R$12,3 bilhões em investimento, sendo que o banco deve financiar R$8,2 bilhões
Mercado - A apresentação do BNDES também aponta que, contabilizando usinas do Proinfa e dos leilões de 2009 e 2010, o mercado para aerogeradores no Brasil acabou liderado pela alemã Wobben, pioneira do setor, com 20% dos contratos, somando 958,6MW instalados. Na segunda colocação, aparece a argentina Impsa, também das primeiras a chegar no País, com 798MW. Em terceiro, vem a indiana Suzlon, com 793MW.
Ainda aparecem na lista a americana GE, com 777MW, a espanhola Gamesa (300MW), os franceses da Alstom (252MW) e a Acciona, também da Espanha (120MW). Com fatia menor aparecem a alemã Siemens (78,2MW) e a chinesa Sinovel (30MW). Há, ainda, 177,6MW, ou 4% do mercado, com contratos ainda não fechados. (Jornal da Energia)
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