O Estado recordista em "gatos" é o Amazonas, segundo levantamento da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), com base nos números de 2010. A perda de energia chega a 30%. Na vice-liderança está o Piauí, que não fatura 21,9% do que é gerado, seguido por Alagoas (19,4%) e Rondônia (19,1%). O Rio de Janeiro aparece em sétimo lugar.
Mesmo com o aumento dos investimentos e da fiscalização pelas distribuidoras, o presidente da Abradee, Nelson Fonseca Leite, explicou que a redução das perdas é gradual e, portanto, os resultados devem aparecer apenas no longo prazo. "Ninguém vai mudar a cultura de combate às fraudes e furtos de um ano para outro", ponderou Leite, acrescentando que o retrato de 2011 não será muito diferente do que o revelado em 2010.
Por utilizar metodologia diferente, a média de perda por furto ou fraude calculada pela Abradee é de 5,1% de toda a energia colocada no sistema - 503.858 gigawatts-hora (GWh) - ante os 13% calculados pela Aneel. Mas, independentemente das diferenças no método de cálculo, Leite frisa que o prejuízo com os "gatos" são elevados. "Todos poderíamos pagar uma tarifa menor se não tivéssemos um nível tão alto de perdas no Brasil".
O entendimento da Aneel não é diferente. Em novembro, quando a agência discutiu a questão, o diretor Edvaldo Santana ressaltou que a energia consumida sem ser faturada - por furto ou fraude - é um dos "pontos fracos" para o desempenho do setor elétrico. Na avaliação dele, é "intolerável" que o nível médio de perda esteja em torno de 13%, com mais de 60% no Norte. "É como se as duas usinas do Rio Madeira fossem construídas apenas para suprir perdas", destacou, referindo-se a Santo Antonio e Jirau. (Agência Estado)
Perda brasileira de energia é quase o dobro da média mundial
A perda global de energia no Brasil é quase o dobro da média mundial, segundo a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), com base em informações de 38 países. Enquanto no mundo a perda chega a 9% da energia consumida, no Brasil esse valor está próximo dos 17%. Além de furto e fraude, a perda global de energia contabiliza os prejuízos no processo de transmissão e distribuição. Dos 38 países analisados, o Brasil é o oitavo que mais deixa de arrecadar em relação ao total consumido pela população. No País, são gerados 503.858 gigawatts-hora (GWh), e 419.839 são consumidos. Com isso, a perda global é de 84.019 GWh ou quase 17% do total. Além disso, dos 84.019 GWh perdidos, cerca de 30% estão relacionados a furto ou fraude na rede elétrica. O líder em perdas, na listagem da Abradee, é o Paraguai, com mais da metade da energia consumida não faturada. Venezuela (39%), Índia (32%) e Colômbia (28%) também apresentam elevadas perdas. (O Estado de S. Paulo)
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