Enquanto o mercado livre de energia está em franca expansão, pouco se pode comemorar em relação ao desenvolvimento do mercado livre de gás natural. O setor patina no alto preço do insumo e no monopólio de apenas um agente – a Petrobras. No Brasil, a tarifa do gás natural é quatro vezes maior que nos Estados Unidos.
Este é o sentimento dos especialistas que debateram o tema Desafios do Mercado Livre do Gás Natural em São Paulo, no 12º Encontro Internacional de Energia, promovido pela Fiesp em São Paulo.
“No médio e longo prazo, essa situação tende a persistir”, na opinião de Carlos Faria, presidente da Anace. Para ele, o governo não está preocupado com a oferta neste momento. “Falta um plano de contingenciamento por parte do governo”, reclamou Faria, que criticou o alto índice de queima de gás natural, na cada de 20%: “Acaba impactando no preço.”
“Nos Estados Unidos o máximo discutido é de 4%, enquanto a Noruega não permite queima”, comparou Lucien Belmonte, diretor da Fiesp e moderador do painel. Belmonte criticou também a falta de dinamismo do mercado de gás. “O setor tem diversos desafios, mas mercado livre em São Paulo não existe”, sublinhou.
Para Luiz Ehlers, das Gas Energy, o estado de São Paulo sofre com a baixa produção de gás natural. “Oferta e demanda se equivalem”, comparou. Para ele, o pré-sal vai abrir oportunidades para novas operadoras. Segundo Ehlers, com o fim da concentração de boa parte das atividades nas mãos da Petrobras – a empresa controla a maior parte da produção do insumo, das distribuidoras e da logística –, principalmente em relação a gasodutos, o cenário atual será modificado para melhor.
O diretor da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), Hugo de Oliveira, não vê atratividade no mercado paulista. No seu entendimento, falta flexibilidade nos contratos. “O problema não é exclusivo da agencia reguladora, mas do desenho do mercado de gás natural”, considerou.
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