Banco de fomento detém 53,8% do capital total da Brasiliana, controladora da distribuidora de energia elétrica
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) quer retomar o processo de venda de sua participação na Brasiliana, controladora da distribuidora de energia elétrica AES Eletropaulo (SP), mas o leilão deve continuar sendo adiado a pedido do governo. Segundo uma fonte, o governo está preocupado com uma piora na gestão da companhia após os recentes apagões que prejudicaram o abastecimento de energia em São Paulo.
Como revelou nesta segunda-feira, 4, a Agência Estado, o banco está concluindo o processo de contratação de um banco com vistas a estruturar o leilão de venda de sua fatia na empresa, que é de 49,9% das ações ordinárias e 100% das preferenciais, o que representa 53,8% do capital total da empresa.
Segundo a fonte, o governo pediu ao BNDES para adiar um pouco mais o leilão porque o grupo americano AES Corp. , que atualmente controla a empresa com 50% mais uma ação das ON, tem preferência para comprar a participação da subsidiária de participações do banco estatal de fomento, a BNDESpar.
O grupo americano estaria suficientemente capitalizado para exercer esse direito e o governo teme que o controle total da companhia pela AES aumente ainda mais os problemas operacionais da Eletropaulo.
O AES não é bem-visto no governo desde que deixou de pagar a dívida com o BNDES cuja renegociação culminou na aquisição de mais da metade do capital da Brasiliana pelo banco. O governo tem dúvidas sobre a capacidade de gestão do AES e está muito insatisfeito com a operação da Eletropaulo, vide os apagões que também têm sido criticados pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
No entanto, o pedido do governo vai contra o planejamento e as necessidades da BNDESpar, que identifica o atual momento como favorável para a realização de um bom lucro com a alienação dos papéis da Brasiliana. Segundo a fonte, essa venda poderia render entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões para o caixa da subsidiária, algo bastante bem-vindo neste momento em que o BNDES poderá entrar com cerca de R$ 4 bilhões na fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour.
O banco quer usar apenas recursos da subsidiária caso um acordo entre o empresário Abilio Diniz e seu sócio francês Casino dê sinal verde para a operação. Além disso, a empresa de participações tem outros alvos na sua política de incentivar o mercado de capitais por meio do financiamento de empresas via compra de ações ou de títulos de dívida. Para isso, além da alienação de papéis como os da Brasiliana, a empresa deve retomar esse ano a captação nos mercados nacional e internacional, via emissão de debêntures. (Agência Estado)
Leia também:
* Comissão pode solicitar fim da concessão à Eletropaulo
* Pinga-Fogo Setor Elétrico: EDP, Senado e Câmara
* O vencimento das concessões
Leia também:
* Comissão pode solicitar fim da concessão à Eletropaulo
* Pinga-Fogo Setor Elétrico: EDP, Senado e Câmara
* O vencimento das concessões