sexta-feira, 13 de maio de 2011

Mendes Junior e Serveng estão saindo de Belo Monte



As construtoras Mendes Junior e Serveng vão transferir suas participações na empresa Norte Energia, que é dona da concessão de Belo Monte, para o fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal (CEF). Juntas as empreiteiras detém 2,5% da sociedade. As outras seis construtoras que ainda estão como sócias, com 10% de participação, também devem deixar a empresa e se manter apenas no consórcio construtor. Existem negociações preliminares e a Neoenergia, a exemplo da Funcef, poderá ampliar sua participação no empreendimento com a saída das pequenas construtoras.

A Mendes Junior já havia anunciado, no ano passado, que seria obrigada a deixar o projeto. Em setembro, o vice-presidente da construtora, Sérgio Mendes, disse em entrevista ao Valor que isso aconteceria em função do financiamento à usina que em parte será feito pelo Banco do Brasil. Como a companhia tem disputas judiciais com a instituição financeira, o empréstimo não poderia ser concedido enquanto ela fizesse parte da sociedade.

Um alto executivo de uma das construtoras que deve deixar o empreendimento diz que a saída oficial da Mendes Junior era a primeira prevista a acontecer em função dessa restrição. Ele diz ainda que as outras já manifestaram desejo de sair e as negociações já estão em andamento. Além de Serveng e Mendes Junior, fazem parte do Norte Energia as construtoras Queiroz Galvão, OAS, Contern (grupo Bertin), Cetenco, Galvão Engenharia, Mendes Junior, Serveng e J. Malucelli Construtora. Com exceção da Mendes Junior, todas as outras fazem parte do consórcio construtor da usina que é liderado pela Andrade Gutierrez e tem ainda a Odebrecht e a Camargo Corrêa como sócios.

A própria Andrade Gutierrez chegou a analisar uma possível participação como investidora, mas o assunto não evoluiu segundo fontes a par das negociações. A empresa segue apenas como líder da construção. Cerca de 50 engenheiros já estão em Altamira e o consórcio construtor de Belo Monte já tem até mesmo uma central de administração na cidade. Por enquanto, apenas pequenas obras secundárias foram realizadas dentro do limite da licença prévia concedida pelo Ibama que permite o início do canteiro de obras. A licença ambiental definitiva é aguardada ainda para este mês.

Fontes próximas ao Norte Energia dizem que a saída das construtoras da sociedade investidora vai facilitar a administração da empresa. Hoje as reuniões de tomadas de decisões entre os sócios são verdadeiras assembleias em função do grande número de acionistas. São 18 ao total. Com a saída das construtoras, ficarão: Eletrobras, Chesf, Eletronorte, Neoenergia, Funcef, Petros (fundo de pensão dos funcionários da Petrobras), Caixa FIP Cevix e J. Malucelli Energia, além dos autoprodutores Vale e Sinobras. (Valor Econômico)

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