quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Transmissoras de energia vão à Justiça contra revisão tarifária

No momento em que as distribuidoras de energia questionam os planos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o seu terceiro ciclo de revisão tarifária, que tem início neste ano, as empresas de transmissão já se preparam para tomar atitudes contra a revisão de seus contratos, que teve início em junho do ano passado, quando 12 empresas passaram pelo processo.

Segundo César de Barros, diretor-executivo da Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abrate), que falou com exclusividade ao Jornal da Energia, a entidade vai entrar com uma ação na Justiça contra o processo.

"Vamos fazer isso até março. Estamos questionando a metodolocia, o WACC regulatório - que representa o custo médio ponderado do capital - , as comparações de eficiência entre as companhias que foram feitas, praticamente tudo", adianta o executivo. Segundo Barros, ao preparar a nova metodologia, a Aneel tomou como base concessões outorgadas há três anos. Com isso, as empresas que têm linhas com tempo mais longo de concessão teriam sido prejudicadas.

"As mais abaladas são essas empresas, como as estatais. Vemos uma queda de receita de até 20% para elas", aponta o diretor da Abrate. De acordo com a tabela de reajustes divulgadas pela Aneel na época da revisão, a Chesf teve a tarifa reduzida em 22,57%, enquanto Furnas sofreu redução de 18,71% e a Cemig, de 15,88%. "O governo está agora fazendo com as distribuidoras o que já fez com as transmissoras", critica Barros, lembrando a polêmica que atualmente recai sobre o terceiro ciclo de revisão das concessionárias de distribuição. (Jornal Energia)