quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Setor de energia deve ser influenciado por início da revisão tarifária

Em 2011, o setor de energia elétrica deverá ser influenciado por início da revisão tarifária nas empresas de distribuição, definição quanto ao critério a ser utilizado para o vencimento de concessões de geradoras e fortes atividades de fusões e aquisições, de acordo com o relatório, assinado pelos analistas do Banco Fator Corretora.

Ainda segundo o relatório, a tendência dos custos de novos investimentos de expansão de energia elétrica é de alta em função de os aproveitamentos hídricos não serem tão atraentes como no passado; necessidade de extensas linhas de transmissão com as fontes de geração hídrica cada vez mais longe dos centros de consumo; e custo ambiental crescente. Portanto, a na visão dos analistas do banco Fator em relação ao setor elétrico é de que a única maneira de o Governo – como planejador do setor elétrico que visa à modicidade tarifária – reduzir o impacto de custos crescentes de energia elétrica ao consumidor final é ser bastante rígido na revisão tarifária e criar um redutor nas tarifas de geração nos ativos que estão no término de sua concessão.

Cabe lembrar que a revisão tarifária das empresas de distribuição terá inicio em abril com a Coelce e, de certa forma, será referência para a maioria das empresas. “Podemos ainda ter surpresas quanto a um eventual tratamento individualizado para cada empresa em termos de base regulatória de ativos, empresa de referência e o Fator X”, ressaltam os analistas.

Para 2011, a perspectiva para o setor de energia é de crescimento de demanda mais moderado, pois em 2010 o aumento foi muito forte, principalmente no segmento industrial. A grande dúvida será quanto ao comportamento do mercado spot, pois o período seco em 2010 foi prolongado e, portanto, se no inicio do ano as chuvas não forem frequentes, o risco de termos os preços spots mais elevados ao longo de 2011 será alto.

Enfim, nas considerações finais do relatório, os riscos relacionados à renovação das concessões e aos parâmetros do novo ciclo de revisão tarifária colocam o setor elétrico em situação desconfortável. A previsibilidade de resultados, que é uma das principais características do setor, fica comprometida.

Todavia, existem empresas que se destacam positivamente no setor por estarem menos expostas ao risco regulatório: Copel, que pode melhorar a sua política de distribuição de dividendos e tem potencial de crescimento com a contratação da energia da termoelétrica de Araucária, Light e Cemig, que terão revisão tarifária apenas em 2013 e, portanto, terão mais tempo para se adequar à nova estrutura de custos, mais o fato de que não estão expostas ao risco de renovação de concessão. (Agência IN)

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