A energia produzida pelos ventos é uma das fontes alternativas mais recentes no país. Mas é a forma de energia que mais cresce. Segundo o Banco de Informações de Geração da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), há 46 usinas geradoras de eólica no Brasil, com potência total de 835,34 MW. Dos empreendimentos, 83% estão no Nordeste, 17% nos Estados do Sul.
Na primeira região, o maior número de usinas está no Ceará (17 plantas), depois vem a Paraíba (11 unidades). Os números sobre o potencial eólico do país são contraditórios. Primeiro, falava-se em 20 mil MW, agora o prognóstico vai a mais de 60 mil MW. O Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, produzido pelo Centro de Referência para Energia Solar e Eólica aponta para 143 GW, volume esse que é medido em torres com 30 a 50 metros de altura, ao passo que hoje são construídas torres de até 100 metros. Nessas, o potencial aumenta para 300 GWh a 350 GW.
A eólica é a fonte energética que mais cresce no mundo. De acordo com o último Global Wind Energy Outlook (GWEO), publicado em outubro, a capacidade instalada do mercado global de eólica cresceu, em média, 28% ao ano, na última década. Em 2010, a capacidade acumulada deve ter evolução anual média de 27%.
A maior parte do potencial eólico do Brasil situa-se nas proximidades dos centros de carga (consumidores). Ricardo Simões, presidente da ABEEólica, reforça a análise do GWEO, segundo a qual a energia gerada pelos ventos é complementar à hidrelétrica, uma combinação que proporciona a base ideal para o desenvolvimento da produção eólica em larga escala.
A integração entre as duas fontes geradores decorre do fato de que os reservatórios hidrelétricos compensam a variabilidade da produção eólica. Por exemplo, no Nordeste, a produção de eólica ocorre tipicamente entre maio e novembro, justo o período seco da maior parte das hidrelétricas do Sistema Interligado Nacional. A energia eólica tem sazonalidade inversa à das UHEs: os ventos são mais fortes e constantes quando os reservatórios estão com seus níveis mais baixos, o que representa um aumento virtual da capacidade de armazenamento das hidrelétricas.
Um dos fatores que poderiam inibir o investimento e a contratação de energia eólica era preço. Cenário que mudou desde o leilão de agosto, diz o presidente da ABEEólica. Nele, a energia eólica foi a mais barata das fontes renováveis, fechando em um preço médio de R$ 122,69 por MWh, um deságio de 26,5% em relação à tarifa teto estabelecida (R$ 167 o MWh). Resultado: de 89 projetos vencedores, 70 foram de geração eólica. O leilão contratou mais 388,7 MW médios, que totalizam 801,7 MW em capacidade instalada.
Os investidores em eólica são as principais empresas do setor energético, que optaram por diversificar a produção para responder à sinalização do último plano energético nacional, e para dominar todas as rotas possíveis de produção, diz Charles Lenzi, presidente-executivo da Associação Brasileira de Energia Limpa (Abragel). Pelas contas da entidade, enquanto uma eólica demanda investimento de R$ 4 milhões por MW instalado, uma PCH consome R$ 6 milhões.
O Parque Eólico de Osório, em operação comercial desde janeiro de 2007, é o único projeto da fonte em operação no Rio Grande do Sul. Responde por cerca de 20% do total de energia produzida pelos ventos no Brasil, segundo a Aneel. A Ventos do Sul Energia, empresa constituída especificamente para a implantação do Parque de Osório, é controlada (cerca de 91% do capital) pelo grupo espanhol Elecnor, através da subsidiária Enerfin. A fabricante brasileira Wobben Windpower - subsidiária da alemã Enercon - é sócia minoritária do empreendimento.
Osório foi o primeiro parque eólico do Brasil, e opera com tecnologia de última geração. Suas 75 torres têm 100 metros de altura e 70 de diâmetro, cada uma com capacidade para 2 MW, com produção de 150 MW. Esse volume pode abastecer metade da população de Porto Alegre, ou seja, 750 mil residências, ilustra o presidente da Ventos do Sul, Telmo Magadan. Segundo ele, por seu pioneirismo, o parque de Osório contribuiu para demonstrar a viabilidade da energia movida a vento, com total integração à região, à paisagem e à rede elétrica. Importante incentivo ao empreendimento, diz Magadan, foi o Proinfa, que estimulou iniciativas como a da Elicnor, que destinou R$ 670 milhões a Osório. (Valor Econômico)
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* Setor eletrico já possui modelo regulatório consolidado e com normas claras
* Geradores planejam linhão exclusivo para energia eólica
Na primeira região, o maior número de usinas está no Ceará (17 plantas), depois vem a Paraíba (11 unidades). Os números sobre o potencial eólico do país são contraditórios. Primeiro, falava-se em 20 mil MW, agora o prognóstico vai a mais de 60 mil MW. O Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, produzido pelo Centro de Referência para Energia Solar e Eólica aponta para 143 GW, volume esse que é medido em torres com 30 a 50 metros de altura, ao passo que hoje são construídas torres de até 100 metros. Nessas, o potencial aumenta para 300 GWh a 350 GW.
A eólica é a fonte energética que mais cresce no mundo. De acordo com o último Global Wind Energy Outlook (GWEO), publicado em outubro, a capacidade instalada do mercado global de eólica cresceu, em média, 28% ao ano, na última década. Em 2010, a capacidade acumulada deve ter evolução anual média de 27%.
A maior parte do potencial eólico do Brasil situa-se nas proximidades dos centros de carga (consumidores). Ricardo Simões, presidente da ABEEólica, reforça a análise do GWEO, segundo a qual a energia gerada pelos ventos é complementar à hidrelétrica, uma combinação que proporciona a base ideal para o desenvolvimento da produção eólica em larga escala.
A integração entre as duas fontes geradores decorre do fato de que os reservatórios hidrelétricos compensam a variabilidade da produção eólica. Por exemplo, no Nordeste, a produção de eólica ocorre tipicamente entre maio e novembro, justo o período seco da maior parte das hidrelétricas do Sistema Interligado Nacional. A energia eólica tem sazonalidade inversa à das UHEs: os ventos são mais fortes e constantes quando os reservatórios estão com seus níveis mais baixos, o que representa um aumento virtual da capacidade de armazenamento das hidrelétricas.
Um dos fatores que poderiam inibir o investimento e a contratação de energia eólica era preço. Cenário que mudou desde o leilão de agosto, diz o presidente da ABEEólica. Nele, a energia eólica foi a mais barata das fontes renováveis, fechando em um preço médio de R$ 122,69 por MWh, um deságio de 26,5% em relação à tarifa teto estabelecida (R$ 167 o MWh). Resultado: de 89 projetos vencedores, 70 foram de geração eólica. O leilão contratou mais 388,7 MW médios, que totalizam 801,7 MW em capacidade instalada.
Os investidores em eólica são as principais empresas do setor energético, que optaram por diversificar a produção para responder à sinalização do último plano energético nacional, e para dominar todas as rotas possíveis de produção, diz Charles Lenzi, presidente-executivo da Associação Brasileira de Energia Limpa (Abragel). Pelas contas da entidade, enquanto uma eólica demanda investimento de R$ 4 milhões por MW instalado, uma PCH consome R$ 6 milhões.
O Parque Eólico de Osório, em operação comercial desde janeiro de 2007, é o único projeto da fonte em operação no Rio Grande do Sul. Responde por cerca de 20% do total de energia produzida pelos ventos no Brasil, segundo a Aneel. A Ventos do Sul Energia, empresa constituída especificamente para a implantação do Parque de Osório, é controlada (cerca de 91% do capital) pelo grupo espanhol Elecnor, através da subsidiária Enerfin. A fabricante brasileira Wobben Windpower - subsidiária da alemã Enercon - é sócia minoritária do empreendimento.
Osório foi o primeiro parque eólico do Brasil, e opera com tecnologia de última geração. Suas 75 torres têm 100 metros de altura e 70 de diâmetro, cada uma com capacidade para 2 MW, com produção de 150 MW. Esse volume pode abastecer metade da população de Porto Alegre, ou seja, 750 mil residências, ilustra o presidente da Ventos do Sul, Telmo Magadan. Segundo ele, por seu pioneirismo, o parque de Osório contribuiu para demonstrar a viabilidade da energia movida a vento, com total integração à região, à paisagem e à rede elétrica. Importante incentivo ao empreendimento, diz Magadan, foi o Proinfa, que estimulou iniciativas como a da Elicnor, que destinou R$ 670 milhões a Osório. (Valor Econômico)
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