O próximo leilão de linhas de transmissão, que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pretende promover em 26 de novembro, deve ter grande predominância de empresas estatais. Os especialistas foram unânimes em apontar essas empresas como as favoritas para o certame, que vai licitar aproximadamente 685 quilômetros em linhas, com nove linhas de transmissão e onze subestações de energia.
"Não há nenhuma joia da coroa (entre os lotes a serem licitados). Então o interesse pelos trechos é muito pontual. Basicamente as linhas vão atrair os concessionários que já atuam nas regiões onde elas serão construídas, porque são linhas pequenas, muito localizadas", analisa o presidente da consultoria Andrade & Canellas, João Carlos de Mello. Como há, entre as linhas que devem ser licitadas, trechos no Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, a previsão é de que apareçam fortes, além de empresas da Eletrobras, como Furnas e Eletrosul, concessionárias estaduais, como Copel, CEEE e Cemig.
Os agentes também se mostram curiosos para saber se o certame contará com a presença de investidores chineses. Após a estatal chinesa State Grid comprar 3 mil quilômetros de linhas no País em maio, por R$3 bilhões, criou-se a expectativa da chegada desses players aos leilões. O consenso porém, é de que os novos players devem deixar a estreia nas disputas para 2011.
"Um novo player que chega para entrar em um negócio assim (linhas pequenas) perde competitividade. Acho que eles devem deixar para o ano que vem, em linhas maiores, como a de Belo Monte", argumenta Mello. Roberto Brandão, do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel/UFRJ), também acredita que ainda é cedo para esses empreendedores. "Eles não terminaram de digerir os negócios que acabaram de comprar, a autorização regulatória saiu agora há pouco. Não sei se eles já vão estar com fôlego nesse leilão", pondera o especialista. O diretor da Aneel, Nelson Hubner, também afirmou nesta semana que espera a presença dos chineses somente a partir de 2011.
O presidente da Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abratee), José Cláudio Cardoso, afirma que a presença dos chineses "é uma incógnita", mas acredita na participação de empresas espanholas na licitação. Esses grupos, que dominaram os leilões de transmissão até 2008, têm aparecido com menos força e, inclusive, venderam parte de seus ativos à State Grid. "Acredito que os espanhóis não perderam a vontade de continuar no setor elétrico brasileiro. Até porque (transmissão) é um investimento seguro, com uma remuneração relativamente baixa, mas assegurada, sem inadimplência", afirma.
Brandão, do Gesel, afirma que o certame vai mostrar se a venda de ativos feita pelos espanhóis foi uma retração dos negócios no País ou uma aposta para se livrar de concessões antigas e ganhar poder de fogo nas novas disputas. Já para Mello, da Andrade & Canellas, esses investidores devem estar na concorrência apenas se houver lotes próximos a regiões em que eles já possuem atuação. (Jornal da Energia)
"Não há nenhuma joia da coroa (entre os lotes a serem licitados). Então o interesse pelos trechos é muito pontual. Basicamente as linhas vão atrair os concessionários que já atuam nas regiões onde elas serão construídas, porque são linhas pequenas, muito localizadas", analisa o presidente da consultoria Andrade & Canellas, João Carlos de Mello. Como há, entre as linhas que devem ser licitadas, trechos no Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, a previsão é de que apareçam fortes, além de empresas da Eletrobras, como Furnas e Eletrosul, concessionárias estaduais, como Copel, CEEE e Cemig.
Os agentes também se mostram curiosos para saber se o certame contará com a presença de investidores chineses. Após a estatal chinesa State Grid comprar 3 mil quilômetros de linhas no País em maio, por R$3 bilhões, criou-se a expectativa da chegada desses players aos leilões. O consenso porém, é de que os novos players devem deixar a estreia nas disputas para 2011.
"Um novo player que chega para entrar em um negócio assim (linhas pequenas) perde competitividade. Acho que eles devem deixar para o ano que vem, em linhas maiores, como a de Belo Monte", argumenta Mello. Roberto Brandão, do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel/UFRJ), também acredita que ainda é cedo para esses empreendedores. "Eles não terminaram de digerir os negócios que acabaram de comprar, a autorização regulatória saiu agora há pouco. Não sei se eles já vão estar com fôlego nesse leilão", pondera o especialista. O diretor da Aneel, Nelson Hubner, também afirmou nesta semana que espera a presença dos chineses somente a partir de 2011.
O presidente da Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abratee), José Cláudio Cardoso, afirma que a presença dos chineses "é uma incógnita", mas acredita na participação de empresas espanholas na licitação. Esses grupos, que dominaram os leilões de transmissão até 2008, têm aparecido com menos força e, inclusive, venderam parte de seus ativos à State Grid. "Acredito que os espanhóis não perderam a vontade de continuar no setor elétrico brasileiro. Até porque (transmissão) é um investimento seguro, com uma remuneração relativamente baixa, mas assegurada, sem inadimplência", afirma.
Brandão, do Gesel, afirma que o certame vai mostrar se a venda de ativos feita pelos espanhóis foi uma retração dos negócios no País ou uma aposta para se livrar de concessões antigas e ganhar poder de fogo nas novas disputas. Já para Mello, da Andrade & Canellas, esses investidores devem estar na concorrência apenas se houver lotes próximos a regiões em que eles já possuem atuação. (Jornal da Energia)
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