segunda-feira, 20 de setembro de 2010

IPEA prevê contas de energia mais caras para consumidor

As contas de energia elétrica devem pesar mais no bolso dos brasileiros nos próximos anos. A previsão é de uma aumento de até 12% nas tarifas, de acordo com o Comunicado do Ipea n° 51, Setor elétrico: desafios e oportunidades

Segundo o estudo , as contas envolvem a renovação das concessões de algumas usinas, que devem ser feitas em 2013 pelo Governo Federal. Com o novos contratos, e em conseqüência, novos preços da energia, o valor do megawatt-hora (MWh) dever saltar para entre R$ 136 e R$ 141. Hoje o valor do MWh é de R$ 121.

Licitações públicas vão definir as novas concessões, e provavelmente por um preço superior ao atual, atualmente, os preços estão indexados à inflação. As concessões dadas às usinas já previam isso. O novo preço base, porém, terá de ser redefinido e provavelmente será elevado.

Por outro lado, o país pode usar mecanismos pra reduzir as contas, já que o setor tem custos desnecessários, ser possível reduzir de 10% a 15% o preço da energia com a redução de alíquotas, encargos e melhor administração dos reservatórios de água

O custo da energia deve ser abordado no âmbito da competitividade industrial na forma de estrutura da cadeia de energia, impacta nos produtos das empresas, levando ao aumento de preços dos produtos.

“A energia é como uma matéria-prima. Se as empresas do país pagam mais por ela, acabam tendo produtos com preços mais elevados do que o de seus concorrentes internacionais.”

Como exemplo, a energia elétrica nos EUA custa cerca de 35% menos do que no Brasil, considerando a uma cotação de R$ 1,85 do dólar.

O documento aponta que a entrada de mais usinas termoelétricas no mercado energia são umas das causas do aumento. Apesar de o Brasil ainda ter nas hidrelétricas a sua principal fonte de energia, cada vez mais usinas a gás, diesel e até a bagaço de cana-de-açúcar têm fornecido eletricidade às distribuidoras. Elas, entretanto, cobram mais caro por isso, e o custo acaba sendo repassado aos consumidores.

Já sobre a carga tributária, o preço final da energia elétrica do país, 34% são tributos e outros 12% são encargos obrigatórios. “A carga tributária é excessiva. Sendo assim o governo poderia agir para alterar isso.”

Embora afaste o risco de racionamento, o documento alerta que o setor não é confiável, e precisa de investimentos nas áreas de distribuição e transmissão de energia. As novas unidades geradoras na Região Norte, longe dos principais pólos consumidores, regiões Sul e Sudeste, ditam a necessidade de um sistema de transmissão robusto.

Ainda que o país não deve negligenciar outras oportunidades, como por exemplo, o gás natural do pré-sal das Bacias de Campos e Santos. As regras de construção de termoelétricas precisam ser balanceadas". "Há uma quantidade de gás muito grande que vai ser queimado. Por que não queimá-lo para gerar eletricidade", O governo argumenta que a termoelétrica a gás é mais limpa do que a de combustível diesel. (Com informações da Agência Brasil)
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