quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A integração truncada das Indústrias de Gás Natural e Eletricidade no Brasil

O economista Luciano Losekann escreve que “o movimento de convergência das indústrias de gás natural e de eletricidade caracterizou a indústria mundial de energia nos últimos 20 anos”.

O movimento de convergência das indústrias de gás natural e de eletricidade caracterizou a indústria mundial de energia nos últimos 20 anos. Em países da OCDE, a utilização de gás natural para geração de eletricidade aumentou a uma taxa de 6% ao ano nesse período e sua participação na matriz de geração saltou de 9% para 23%. Atualmente, a participação do gás natural é superior a nuclear e apenas inferior a do carvão.

Alguns fatores explicam essa dinâmica: (i) a descoberta de reservas relevantes de gás natural e interconexão dos mercados mudaram a perspectiva, principalmente na Europa, do gás natural como produto com disponibilidade restrita e reservado para usos mais nobres; (ii) a difusão de turbinas em ciclo combinado tornou a geração de eletricidade a gás natural mais eficiente, aumentando sua competitividade frente a outras fontes; e (iii) a liberalização das indústrias reduziu as barreiras institucionais para entrantes.

Com certo atraso, o Brasil seguiu esse movimento, mas a difusão do gás natural em termelétricas experimentou vários percalços. A construção do gasoduto Brasil-Bolívia impulsionou o uso de gás natural no Brasil e a perspectiva no final dos anos 1990s era que as termelétricas iriam ancorar o desenvolvimento da indústria de gás natural no país.

No entanto, as condições para investimento em termelétricas a gás natural não eram atrativas mesmo em um contexto de escassez de oferta de eletricidade. O Programa Prioritário de Termeletricidade (PPT) incentivou a construção de termelétricas a gás, mas não em tempo de evitar o racionamento de eletricidade em 2001 e 2002.

Desde então, várias centrais termelétricas a gás natural foram construídas e a capacidade de geração a gás natural alcançou 10 GW, cerca de 10% da capacidade total de geração de eletricidade (figura 1). No entanto, a entrada de capacidade de geração de termelétricas não significou que houve integração entre as indústrias. (Infopetro) Leia o artigo completo, clicando
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