terça-feira, 6 de julho de 2010

Preço da energia é o maior entrave

Os anúncios de investimentos no setor eólico começaram a pipocar após a realização do primeiro leilão do setor, no ano passado, quando foram contratados 1,83 mil megawatts (MW) de energia. A expectativa para o segundo certame é de algo em torno de 3 mil MW, de acordo com o diretor da Abeólica, Pedro Cavalcanti.

Mesmo com a projeção otimista, o preço que é oferecido pela energia ainda é considerado muito baixo pelos agentes do setor, apesar de ser bastante superior ao que é praticado nas usinas hidrelétricas, por exemplo. No leilão de dezembro, o preço médio ficou em R$ 148,39 por MWh e a expectativa para agosto é de algo entre R$ 152 e R$ 155 por MWh.

A justificativa para o preço mais alto da energia eólica está no custo da geração, também muito maior. Para se gerar 1 MW de energia eólica é necessário um investimento entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões. Se considerada essa equação, o leilão de agosto geraria a necessidade de um aporte total de R$ 12 bilhões a R$ 15 bilhões.

Para tornar a energia mais barata e, consequentemente, mais competitiva em relação às demais fontes, os agentes do setor defendem a desoneração sobre a produção local dos equipamentos. Uma proposta foi entregue em outubro para os ministérios da Fazenda e de Minas e Energia, porém ainda não houve resposta.

Segundo Cavalcanti, é pouco provável que algo ocorra ainda este ano, em razão das eleições de outubro. Ele afirmou, no entanto, já ter conversado sobre o tema com os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), que teriam se manifestado favoráveis ao projeto.

Além de energia eólica, o leilão de agosto irá comercializar energia gerada a partir de biomassa e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). O critério para compra da energia ainda não foi divulgado, mas a expectativa do setor eólico é de que seja respeitada a proporção de projetos inscritos - a energia eólica representa 72% do total. (Valor Econômico)