segunda-feira, 5 de julho de 2010

Pinheiro Guimarães destaca potencial energético do País

O desenvolvimento de uma nova fronteira com a utilização de recursos naturais ainda inexplorados representa uma grande oportunidade para o Brasil, inclusive em energia hidrelétrica e nuclear, disse o ministro de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães. Em entrevista concedida ontem à noite à agência Dow Jones, nos intervalos de uma conferência sobre economia na França, Guimarães disse que o desenvolvimento de "riquezas naturais ainda desconhecidas significa um dos desafios estratégicos mais importantes que o Brasil enfrenta.

Segundo ele, em 70% do território nacional os recursos do subsolo são ainda desconhecidos. Guimarães afirmou que o Brasil já possui "as sextas maiores reservas de urânio", mas uma pesquisa completa de partes do território pode fazer com que o País passe ao primeiro ou segundo lugar. O Brasil também detém capacidade técnica e industrial de enriquecer urânio sozinho, acrescentou.

De modo semelhante, a maior parte dos 260 mil megawatts de potencial hidroenergético continua intocada, afirmou. Guimarães disse também que o Brasil já construiu de 80 mil a 90 mil megawatts de capacidade de energia hidrelétrica, acrescentando que o restante "continua por ser construído". Esse tipo de energia, afirmou, é "muito importante" para o desenvolvimento futuro do País. Segundo ele, o Brasil planeja construir pelo menos quatro novas usinas até 2022.

Na entrevista, Guimarães também falou de política econômica. Ele afirmou que o Brasil deveria ampliar a oferta de bens e serviços na economia para ajudar a limitar a tensão inflacionária entre oferta e demanda e que "neste momento" ele "não acredita" que o Brasil precise elevar as taxas de juros para combater a inflação. "Temos de fazer um esforço maior para aumentar a oferta", disse. "Essa é uma questão para a iniciativa privada".

Em sua última reunião, no início de junho, o BC elevou a Selic em 0,75 ponto porcentual, para 10,25%; a maior parte dos analistas acredita que haverá um novo aumento da taxa básica de juros neste mês. As informações são da Dow Jones. (O Estado de S. Paulo)