sexta-feira, 23 de julho de 2010

Para a APMPE, preço do leilão é sinal contra as PCHs

O preço-teto estabelecido para as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) nos leilões de reserva e de fontes renováveis, é um claro sinal de que o governo pretende não mais incentivar a fonte e que as atenções agora estão todas voltadas para as usinas a biomassa e eólicas. Essa é a opinião do presidente da Associação dos Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica (APMPE), Ricardo Pigatto. A fonte ficou com tarifa limite de R$155MWh nos dois certames. Enquanto isso, a biomassa ficou em R$156MWh no leilão de reserva e R$167MWh no A-3. Já a eólica foi estabelecida em R$167MWh para ambos certames.

"Entendo isso como uma decisão de governo. A biomassa tinha um valor menor nos certames anteriores e subiu para R$167. Já as PCHs, para as quais o setor pede há anos um preço na casa dos R$160, ficou nos R$155. É inexplicável", lamenta o executivo. Pigatto afirma que, com essas tarifas, as PCHs devem se voltar de vez para atender somente o mercado livre.

As PCHs já tinham sido a fonte com menos usinas cadastradas para os certames, somando apenas 255MW em capacidade instalada dos 14.529MW inscritos. Pigatto ressalta que esse número é "ínfimo" dentro do universo de projetos da fonte disponíveis. Mas acredita que os poucos empreendedores cadastrados podem conseguir vender sua produção. "Eles já sabiam que o preço ia ser baixo, então pode ser que consigam vender", explica. (Jornal da Energia)