O padrão de crescimento da economia brasileira nos últimos anos -puxado pela demanda interna, pelo aumento da renda e pela incorporação de parcelas da população a níveis de consumo mais elevados- tem imposto desafios importantes ao setor elétrico brasileiro.
A forte expansão na demanda por energia implica grande esforço de planejamento de longo prazo para a ampliação da capacidade de geração, transmissão e distribuição do sistema elétrico. Nossas estimativas apontam para uma necessidade de ampliação do parque gerador entre 3.000 MW e 4.000 MW ao ano, em média, até 2017 (cerca de 28 mil MW no acumulado do período).
Esses números levam em consideração os cenários da Tendências de crescimento do PIB de 6,6% para este ano e de 4%, em média, para o período de 2011 a 2017.
Essa necessidade de investimento não leva em consideração a construção de usinas destinadas à energia de reserva, que têm como prerrogativa básica gerar oferta excedente, de forma a elevar a segurança do fornecimento de energia elétrica. Dados da Aneel mostram que existem hoje, no país, 567 projetos de novas usinas elétricas concedidos ou autorizados.
A capacidade somada desses empreendimentos é de 53.553 MW, quase o dobro da necessidade estimada. Desse total, 18% (ou 9.650 MW) concentram-se em projetos paralisados por uma série de entraves e que não possuem data estimada de conclusão. As demais usinas, que compõem os 44.104 MW restantes, devem entrar em operação entre 2010 e 2017, agregando, em média, 5.513 MW por ano ao sistema, acima, portanto, das necessidades estimadas para o período.
Essa diferença se deve principalmente ao fato de que boa parte dos empreendimentos em construção se destina à eliminação do deficit estrutural do sistema elétrico nacional. Assim, no curto prazo, a capacidade de geração tem de crescer mais que a demanda para eliminar a dependência com relação ao nível de chuvas.
Nos últimos anos, o setor elétrico tem se mostrado capaz de realizar esforços importantes para reduzir os riscos de novos quadros de desabastecimento. Os esforços não se restringem à área de geração, tendo contrapartidas nas áreas de transmissão e distribuição. O risco de apagões, contudo, não está descartado.
Porém, diferentemente do passado recente, em que esses riscos estavam associados a fatores imponderáveis (nível de chuvas), atualmente, os riscos estão mais relacionados a atrasos na conclusão das obras de construção das novas capacidades. AUTOR: Waltter de Vitto, analista do setor de energia da Tendências Consultoria Integrada (Folha de São Paulo)
A forte expansão na demanda por energia implica grande esforço de planejamento de longo prazo para a ampliação da capacidade de geração, transmissão e distribuição do sistema elétrico. Nossas estimativas apontam para uma necessidade de ampliação do parque gerador entre 3.000 MW e 4.000 MW ao ano, em média, até 2017 (cerca de 28 mil MW no acumulado do período).
Esses números levam em consideração os cenários da Tendências de crescimento do PIB de 6,6% para este ano e de 4%, em média, para o período de 2011 a 2017.
Essa necessidade de investimento não leva em consideração a construção de usinas destinadas à energia de reserva, que têm como prerrogativa básica gerar oferta excedente, de forma a elevar a segurança do fornecimento de energia elétrica. Dados da Aneel mostram que existem hoje, no país, 567 projetos de novas usinas elétricas concedidos ou autorizados.
A capacidade somada desses empreendimentos é de 53.553 MW, quase o dobro da necessidade estimada. Desse total, 18% (ou 9.650 MW) concentram-se em projetos paralisados por uma série de entraves e que não possuem data estimada de conclusão. As demais usinas, que compõem os 44.104 MW restantes, devem entrar em operação entre 2010 e 2017, agregando, em média, 5.513 MW por ano ao sistema, acima, portanto, das necessidades estimadas para o período.
Essa diferença se deve principalmente ao fato de que boa parte dos empreendimentos em construção se destina à eliminação do deficit estrutural do sistema elétrico nacional. Assim, no curto prazo, a capacidade de geração tem de crescer mais que a demanda para eliminar a dependência com relação ao nível de chuvas.
Nos últimos anos, o setor elétrico tem se mostrado capaz de realizar esforços importantes para reduzir os riscos de novos quadros de desabastecimento. Os esforços não se restringem à área de geração, tendo contrapartidas nas áreas de transmissão e distribuição. O risco de apagões, contudo, não está descartado.
Porém, diferentemente do passado recente, em que esses riscos estavam associados a fatores imponderáveis (nível de chuvas), atualmente, os riscos estão mais relacionados a atrasos na conclusão das obras de construção das novas capacidades. AUTOR: Waltter de Vitto, analista do setor de energia da Tendências Consultoria Integrada (Folha de São Paulo)