O governo dá sinais de que pode mudar de ideia e leiloar usinas termelétricas este ano, apesar de o Plano Decenal 2014-2020 prever apenas usinas hidrelétricas a partir de 2015.
Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Planejamento Energético (EPE), empresa responsável pelo planejamento da oferta de energia, admitiu a possibilidade de incluir termelétricas já no leilão de energia nova que será realizado no fim do ano, o segundo previsto para 2010.
A expectativa para o leilão a ser realizado sexta-feira, com previsão de entrada da energia contratada em 2015, é que haja bastante competição. No entanto, Tolmasquim não disse quais são os investidores que já demonstraram interesse, nem se há estrangeiros ou não. Além das usinas hidrelétricas de Garibaldi, Ferreira Gomes e Colíder, o governo receberá no leilão ofertas de energia de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e da energia da usina de Santo Antônio do Jari.
A possibilidade de construção de mais térmicas, a despeito da orientação por energia renovável, seria consequência da dificuldade de se conseguir licenças ambientais. Tolmasquim disse ontem que tem sido mais fácil conseguir licença ambiental para a construção de usinas térmicas do que de hidrelétricas.
"A gente não planeja licitar novas térmicas, mas se não tivermos todas as hidrelétricas que planejamos, vamos licitar térmicas. Não vai se deixar a demanda sem ser atendida", afirmou Tolmasquim, que participou ontem de almoço com empresários no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef).
Durante a palestra, ele lembrou a dificuldade de se conseguir fazer atualmente hidrelétricas que tenham reservatórios de água, considerados uma espécie de "poupança", para quando a situação das chuvas for ruim. Hoje, sem novos reservatórios, já que as novas usinas são a "fio d ' água", as térmicas são a alternativa para garantir a confiabilidade do sistema elétrico do país. "É claro que não se pode gerir um país torcendo para chover."
"A ideia é dar prioridade às hidrelétricas. Mas, se não houver hidrelétricas em quantidade suficiente para atender à demanda das distribuidoras, que estão pedindo leilão, serão contratadas termelétricas, sem problema nenhum. O nível de térmica que o Brasil tem é muito baixo, tem espaço para ter mais térmicas", disse Tolmasquim.
Se forem contratadas mais térmicas, a tendência é que o combustível utilizado seja o gás, talvez carvão, mas certamente não haverá mais usinas a óleo, de acordo com o presidente da EPE. "O Brasil tem hoje uma situação de gás bastante interessante. Temos a descoberta do pré-sal, houve uma queda do preço internacional. Das fontes fósseis, é a mais limpa", disse.
O excedente de energia no planejamento até 2014 permite que o país cresça 7,5% ao ano. Nesse caso, seriam utilizadas as térmicas, dentro da permissão de venda de cada uma, com despacho das termelétricas a gás em 26% do tempo, e em 8% das termelétricas a óleo. (Valor Econômico)
Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Planejamento Energético (EPE), empresa responsável pelo planejamento da oferta de energia, admitiu a possibilidade de incluir termelétricas já no leilão de energia nova que será realizado no fim do ano, o segundo previsto para 2010.
A expectativa para o leilão a ser realizado sexta-feira, com previsão de entrada da energia contratada em 2015, é que haja bastante competição. No entanto, Tolmasquim não disse quais são os investidores que já demonstraram interesse, nem se há estrangeiros ou não. Além das usinas hidrelétricas de Garibaldi, Ferreira Gomes e Colíder, o governo receberá no leilão ofertas de energia de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e da energia da usina de Santo Antônio do Jari.
A possibilidade de construção de mais térmicas, a despeito da orientação por energia renovável, seria consequência da dificuldade de se conseguir licenças ambientais. Tolmasquim disse ontem que tem sido mais fácil conseguir licença ambiental para a construção de usinas térmicas do que de hidrelétricas.
"A gente não planeja licitar novas térmicas, mas se não tivermos todas as hidrelétricas que planejamos, vamos licitar térmicas. Não vai se deixar a demanda sem ser atendida", afirmou Tolmasquim, que participou ontem de almoço com empresários no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef).
Durante a palestra, ele lembrou a dificuldade de se conseguir fazer atualmente hidrelétricas que tenham reservatórios de água, considerados uma espécie de "poupança", para quando a situação das chuvas for ruim. Hoje, sem novos reservatórios, já que as novas usinas são a "fio d ' água", as térmicas são a alternativa para garantir a confiabilidade do sistema elétrico do país. "É claro que não se pode gerir um país torcendo para chover."
"A ideia é dar prioridade às hidrelétricas. Mas, se não houver hidrelétricas em quantidade suficiente para atender à demanda das distribuidoras, que estão pedindo leilão, serão contratadas termelétricas, sem problema nenhum. O nível de térmica que o Brasil tem é muito baixo, tem espaço para ter mais térmicas", disse Tolmasquim.
Se forem contratadas mais térmicas, a tendência é que o combustível utilizado seja o gás, talvez carvão, mas certamente não haverá mais usinas a óleo, de acordo com o presidente da EPE. "O Brasil tem hoje uma situação de gás bastante interessante. Temos a descoberta do pré-sal, houve uma queda do preço internacional. Das fontes fósseis, é a mais limpa", disse.
O excedente de energia no planejamento até 2014 permite que o país cresça 7,5% ao ano. Nesse caso, seriam utilizadas as térmicas, dentro da permissão de venda de cada uma, com despacho das termelétricas a gás em 26% do tempo, e em 8% das termelétricas a óleo. (Valor Econômico)