O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) faz planos para fomentar o mercado de fundos ambientais.
O banco está investindo R$ 389 milhões em três fundos voltados para empresas de energia renovável, reflorestamento e projetos que possam gerar créditos de carbono (certificados que indicam a redução na emissão de gases do efeito estufa e que podem ser negociados no mercado internacional).
Segundo Otávio Lobão, chefe do departamento de Operações de Meio Ambiente do BNDES, o banco já tinha empréstimos nos moldes tradicionais para esses segmentos, mas identificou a necessidade de aportar capital por meio da compra de participações em empresas com potencial de crescimento."Faltava investimento acionário. Queremos ter uma carteira de seis a sete fundos na área ambiental", disse.
FUNDOS DE PENSÃO
Na prática, além do BNDES, os principais investidores são os fundos de pensão (previdência complementar privada ligada a empresas) e grandes companhias, como a Vale. Segundo Lobão, o prazo desses fundos é, em geral, de oito a dez anos, e não é possível retirar o dinheiro antes desse período. O perfil de longo prazo acaba inibindo a entrada de mais empresas privadas como investidores, embora não existam restrições à sua participação.
A gestão dos fundos é feita por empresas selecionadas em chamada pública. Cabe a elas o papel de selecionar e acompanhar projetos ou empresas que estão de acordo com o perfil do fundo.
A primeira a receber recursos do FIP Caixa Ambiental, um dos fundos nos quais o BNDES investe, é a Renova Energia, que atua no setor de energia renovável com PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) e usinas eólicas. A empresa foi a grande vencedora do primeiro leilão de energia eólica, realizado em dezembro.
A empresa fez uma oferta pública inicial de ações nesta semana que movimentou R$ 172,5 milhões. Os papéis saíram por R$ 15, valor do piso da oferta.No caso do FIP Vale Florestar, em que o BNDES investe com a mineradora, o Petros e o Funcef, o foco é a recuperação de floresta degradada.
A área de ambiente do BNDES ainda é recente -foi criada no início de 2009.
No ano passado, o banco foi alvo de críticas por ter apoiado frigoríficos suspeitos de comercializar gado criado em áreas desmatadas. Logo em seguida, anunciou aumento das exigências socioambientais para empréstimos e participação em empresas do setor. (Folha de S. Paulo)