Praticamente fora do primeiro A-5, empresas negociam com governo para estar no próximo leilão
É muito difícil que as empresas que investem em autoprodução de energia elétrica apareçam entre os participantes do leilão A-5, que vai licitar três usinas hidrelétricas nesta sexta-feira (30/07). Para agentes ouvidos pela reportagem do Jornal da Energia, o edital do certame, que segue o modelo dos leilões de energia nova recentes, praticamente exclui esses players do negócio. Mas o presidente da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape), Mário Menel, afirma que já há negociações para que as companhias estejam em futuros leilões.
O executivo afirma que o interesse dos autoprodutores é principalmente em grandes hidrelétricas, como a usina de Teles Pires (1.820MW) e a de São Luiz do Tapajós (6.133MW). A previsão da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) é que a primeira vá a leilão no segundo semestre deste ano, enquanto a segunda deve ficar para 2011. Menel argumenta que "a energia no Brasil não é barata" e diz que a participação em projetos hídricos é vista pelos associados da Abiape como forma de ganhar competitividade.
No leilão da usina de Belo Monte, que aconteceu em 20 de abril, o edital trazia uma regra que dava vantagens ao consórcio que tivesse entre seus membros um autoprodutor, que teria acesso a no mínimo 10% da energia produzida pela planta. Agora, a Abiape tenta fazer com que um modelo igual ou semelhante seja usado em novos certames.
"Estamos voltando a negociar fortemente nossa participação em projetos de maior porte, como Teles Pires e Tapajós. Para que seja desenhado um modelo que permita que os autoprodutores voltem", revela Menel. O executivo afirma que a associação pede não somente a destinação de um percentual da energia das usinas para essas companhias, como também outras possibilidades, como a da criação de duas Sociedades de Propósito Específico (SPEs) para tocar os empreendimentos. "Isso facilita a gestão", explica o presidente da Abiape.
Fora do leilão de julho?
"Os autoprodutores não têm participado das licitações desde que teve início esse novo modelo", lembra o diretor-executivo da consultoria Excelência Energética, Erik Rego, colocando Belo Monte como excessão. Para o consultor, essas empresas querem energia por um preço menor do que o valor de negociação no mercado livre. E, para os investidores que participam do leilão, o interessante é destinar o máximo de produção possível ao ACL, o que permite baixar o preço no cativo e dar lances mais ousados.
"Economicamente, se torna praticamente impossível a participação dos autoprodutores. É uma decisão empresarial, mas é muito difícil que eles participem", prevê Menel, da Abiape. Para ele, a atual configuração dos editais "alija o autoprodutor".
Silvio Areco, diretor-executivo da Andrade & Canellas, acredita que essas empresas devem aparecer na disputa apenas se tiverem interesse em participar dos empreendimentos como investidores. "Elas teriam que se aliar a alguém que vai gerenciar a construção. Teriam que ver o setor de produção de energia como algo que atrai pela qualidade do investimento", explica. (Jornal da Energia)
É muito difícil que as empresas que investem em autoprodução de energia elétrica apareçam entre os participantes do leilão A-5, que vai licitar três usinas hidrelétricas nesta sexta-feira (30/07). Para agentes ouvidos pela reportagem do Jornal da Energia, o edital do certame, que segue o modelo dos leilões de energia nova recentes, praticamente exclui esses players do negócio. Mas o presidente da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape), Mário Menel, afirma que já há negociações para que as companhias estejam em futuros leilões.
O executivo afirma que o interesse dos autoprodutores é principalmente em grandes hidrelétricas, como a usina de Teles Pires (1.820MW) e a de São Luiz do Tapajós (6.133MW). A previsão da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) é que a primeira vá a leilão no segundo semestre deste ano, enquanto a segunda deve ficar para 2011. Menel argumenta que "a energia no Brasil não é barata" e diz que a participação em projetos hídricos é vista pelos associados da Abiape como forma de ganhar competitividade.
No leilão da usina de Belo Monte, que aconteceu em 20 de abril, o edital trazia uma regra que dava vantagens ao consórcio que tivesse entre seus membros um autoprodutor, que teria acesso a no mínimo 10% da energia produzida pela planta. Agora, a Abiape tenta fazer com que um modelo igual ou semelhante seja usado em novos certames.
"Estamos voltando a negociar fortemente nossa participação em projetos de maior porte, como Teles Pires e Tapajós. Para que seja desenhado um modelo que permita que os autoprodutores voltem", revela Menel. O executivo afirma que a associação pede não somente a destinação de um percentual da energia das usinas para essas companhias, como também outras possibilidades, como a da criação de duas Sociedades de Propósito Específico (SPEs) para tocar os empreendimentos. "Isso facilita a gestão", explica o presidente da Abiape.
Fora do leilão de julho?
"Os autoprodutores não têm participado das licitações desde que teve início esse novo modelo", lembra o diretor-executivo da consultoria Excelência Energética, Erik Rego, colocando Belo Monte como excessão. Para o consultor, essas empresas querem energia por um preço menor do que o valor de negociação no mercado livre. E, para os investidores que participam do leilão, o interessante é destinar o máximo de produção possível ao ACL, o que permite baixar o preço no cativo e dar lances mais ousados.
"Economicamente, se torna praticamente impossível a participação dos autoprodutores. É uma decisão empresarial, mas é muito difícil que eles participem", prevê Menel, da Abiape. Para ele, a atual configuração dos editais "alija o autoprodutor".
Silvio Areco, diretor-executivo da Andrade & Canellas, acredita que essas empresas devem aparecer na disputa apenas se tiverem interesse em participar dos empreendimentos como investidores. "Elas teriam que se aliar a alguém que vai gerenciar a construção. Teriam que ver o setor de produção de energia como algo que atrai pela qualidade do investimento", explica. (Jornal da Energia)