Em um momento em que questionamentos sobre a competitividade da indústria brasileira ocupam as páginas dos principais jornais do País, uma questão volta à tona com força: o preço da energia elétrica. Para a Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), uma grande oportunidade para amenizar o alto custo da eletricidade vem com o vencimento das concessões de hidrelétricas a partir de 2015.
O assessor em energia elétrica da entidade, Fernando Umbia, afirma que "a expectativa é muito grande" quanto à resolução que será dada pelo governo ao assunto. Como as usinas com contratos a vencer são antigas, elas já estariam amortizadas e poderiam gerar a preços menores. O governo já sinalizou que vai forçar a queda nas tarifas, mas falta decidir como isso será feito - se via renovação ou relicitação dos ativos.
"Na nossa visão, há um potencial significativo, sim, para que isso contribua de uma forma importante na redução do custo da energia. Dependendo, naturalmente, do cenário que for adotado, isso pode atingir valores próximos a 10% do custo final da energia", especula Umbria.
O especialista ressalta que o impacto varia "de segmento para segmento" e que a indústria deve mesmo ser a mais beneficiada. "Para o consumidor residencial talvez isso não seja tão significativo, porque tem eles têm um peso maior dos custos de distribuição (sobre a fatura final). Para os clientes industriais,o que pesa é a geração e a transmissão, que são os segmentos que devem ter maior redução (em tarifas) com a renovação das concessões", detalha Umbria.
Para o assessor da Abrace, "a energia elétrica no Brasil é hoje, para o segmento industrial, uma das mais caras do mundo" e "compromete significativamente a competitividade da cadeia produtiva". Principalmente em setores que consomem mais o insumo, como a indústria de mineração, siderúrgica, de comento e de alumínio.
A associação que representa grandes consumidores também entrou na campanha O Ano do Mercado Livre, que pretende mostrar os benefícios desse ambiente de contratação (ACL) e apresentar as demandas do setor ao governo. Para Umbria, o principal objetivo dos agentes é "a preservação" desse mercado.
Como os leilões de novas usinas promovidos pelo governo destinam a maior parte da energia para o mercado regulado (ACR), formado pelas distribuidoras, os agentes do ACL se sentem prejudicados. Na hora dos certames, o lance dado na disputa é o valor da energia a ser vendida no ACR. Para vencer a concorrência,os investidores oferecem geração barata às distribuidoras e, depois, tentam compensar isso com a venda a preços maiores no mercado livre.
"A energia que vem sendo alocada no ACL tem, tipicamente, ficado mais cara que a energia para o mercado regulado, e isso limita esse mercado. Na nossa visão isso é prejudicial, no sentido em que não há uma isonomia em termos de oferta e preço de energia. Isso tem efeitos e tende a reduzir a capacidade do mercado livre de se tornar mais sólido, mais efetivo no País", lamenta Umbria.
Mas como financiar a expansão do parque gerador do País sem o modelo de leilões desenhado pelo governo, no qual a contratação da energia por longo prazo é garantida por um grupo de distribuidoras? Para Umbria,"há interesse dos grandes consumidores em comprar energia por períodos longos". O especialista afirma que os players do mercado livre poderiam participar dos leilões, assim como as distribuidoras. "Claro que tem uma série de pontos a serem discutidos - particularmente as garantias. Mas isso dá condições de fazer com que a geração se expanda". (Jornal da Energia)
Leia também:
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* Elétricas com dívidas elevadas preocupam Aneel
* Senado ai analisar relatório do TCU sobre agências reguladoras
O assessor em energia elétrica da entidade, Fernando Umbia, afirma que "a expectativa é muito grande" quanto à resolução que será dada pelo governo ao assunto. Como as usinas com contratos a vencer são antigas, elas já estariam amortizadas e poderiam gerar a preços menores. O governo já sinalizou que vai forçar a queda nas tarifas, mas falta decidir como isso será feito - se via renovação ou relicitação dos ativos.
"Na nossa visão, há um potencial significativo, sim, para que isso contribua de uma forma importante na redução do custo da energia. Dependendo, naturalmente, do cenário que for adotado, isso pode atingir valores próximos a 10% do custo final da energia", especula Umbria.
O especialista ressalta que o impacto varia "de segmento para segmento" e que a indústria deve mesmo ser a mais beneficiada. "Para o consumidor residencial talvez isso não seja tão significativo, porque tem eles têm um peso maior dos custos de distribuição (sobre a fatura final). Para os clientes industriais,o que pesa é a geração e a transmissão, que são os segmentos que devem ter maior redução (em tarifas) com a renovação das concessões", detalha Umbria.
Para o assessor da Abrace, "a energia elétrica no Brasil é hoje, para o segmento industrial, uma das mais caras do mundo" e "compromete significativamente a competitividade da cadeia produtiva". Principalmente em setores que consomem mais o insumo, como a indústria de mineração, siderúrgica, de comento e de alumínio.
A associação que representa grandes consumidores também entrou na campanha O Ano do Mercado Livre, que pretende mostrar os benefícios desse ambiente de contratação (ACL) e apresentar as demandas do setor ao governo. Para Umbria, o principal objetivo dos agentes é "a preservação" desse mercado.
Como os leilões de novas usinas promovidos pelo governo destinam a maior parte da energia para o mercado regulado (ACR), formado pelas distribuidoras, os agentes do ACL se sentem prejudicados. Na hora dos certames, o lance dado na disputa é o valor da energia a ser vendida no ACR. Para vencer a concorrência,os investidores oferecem geração barata às distribuidoras e, depois, tentam compensar isso com a venda a preços maiores no mercado livre.
"A energia que vem sendo alocada no ACL tem, tipicamente, ficado mais cara que a energia para o mercado regulado, e isso limita esse mercado. Na nossa visão isso é prejudicial, no sentido em que não há uma isonomia em termos de oferta e preço de energia. Isso tem efeitos e tende a reduzir a capacidade do mercado livre de se tornar mais sólido, mais efetivo no País", lamenta Umbria.
Mas como financiar a expansão do parque gerador do País sem o modelo de leilões desenhado pelo governo, no qual a contratação da energia por longo prazo é garantida por um grupo de distribuidoras? Para Umbria,"há interesse dos grandes consumidores em comprar energia por períodos longos". O especialista afirma que os players do mercado livre poderiam participar dos leilões, assim como as distribuidoras. "Claro que tem uma série de pontos a serem discutidos - particularmente as garantias. Mas isso dá condições de fazer com que a geração se expanda". (Jornal da Energia)
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