Apesar de os dois últimos leilões de transmissão terem apresentado concorrência abaixo do comum, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acredita que o próximo certame do setor tem tudo para voltar a registrar disputas mais acirradas e fortes deságios. Isso porque a licitação oferecerá aos investidores empreendimentos considerados "pré-Belo Monte" - linhas em 500kV que vão preparar a rede para receber o grande volume de energia que será gerado pela hidrelétrica do rio Xingu, no Pará.
Na mesa que reuniu os vencedores do certame desta sexta, os próprios empreendedores mostraram que estão com o radar ligado para essas oportunidades. O diretor-geral da Taesa, José Aloise Ragone Filho, disse que a empresa "quer crescer no setor e está se posicionando para todas oportunidades (em leilões) deste ano e do ano que vem". Pela Copel, o superintendente de obras de transmissão, Nilberto Lange Junior, garantiu o interesse nos projetos, "principalmente aqueles nas regiões Sudeste e Sul" e disse que a companhia já está "prospectando parceiros" para a empreitada.
Pela espanhola Elecnor, o diretor de operações, Maurício Scovino, adiantou que "existe, sim, um interesse muito forte para o próximo leilão" e disse que a questão começará a ser trabalhada dentro da empresa já a partir da próxima semana. Outra que cresce os olhos para cima dos projetos é a estatal Eletrobras. O diretor de transmissão da holding, José Antônio Muniz Lopes, disse que os empreendimentos estão sendo avaliados e que, pela área em que serão construídos, devem ser disputados por Eletronorte e Chesf.
Na Copel, Lange ainda disse que estão em andamento conversas com os chineses da State Grid, que foram sócios da estatal paranaense nos últimos certames de transmissão. "Esperamos poder continuar com a parceria, estamos trabalhando, tanto em geração quanto em transmissão".
Para o superintendente de concessões e autorizações de transmissão e distribuição da Aneel, Jandir Amorim Nascimento, "a expectativa é de que uma competição muito boa deve ocorrer" nessa próxima licitação. "Pelo histórico, sempre que temos investimentos significativos, temos competição", apontou.
Esse leilão, que estava inicialmente previsto para agosto, ainda está sendo estruturado dentro da agência e, segundo Nascimento, deve ficar para setembro. Isso porque um novo empreendimento deve ser incorporado aos que estavam sendo previstos para a licitação, o que aumenta o trabalho de preparação. (Jornal da Energia)
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