As nações mais desenvolvidas possuem adequado planejamento energético, com a elaboração da matriz e balanço, assegurando, dessa forma, o suficiente para o seu desenvolvimento e prosperidade. Por outro lado, as nações mais pobres constituem aquelas que não possuem a energia indispensável, a fim de promover a sua evolução.
A energia é fundamental e imprescindível para diminuir as desigualdades econômicas e sociais, assegurando a soberania dos povos. A situação brasileira de nação emergente não foge dessa realidade. Hoje, o Brasil possui um potencial energético abundante, contrastando com cenários de oferta limitada e escassez de outros países.
Consoante os estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), nos próximos 25 anos a demanda energética da América Latina será 75% maior. Na matriz energética latino-americana, predominam os combustíveis fósseis (petróleo e gás natural).
Quando se examina o uso de energia em todo o mundo, o crescimento foi de 2,5% em 2009, um pouco acima da média registrada na última década. Com exceção da nuclear, todas as demais energias tiveram queda no seu aproveitamento. Os asiáticos aumentaram em 5% o consumo, enquanto os norte-americanos diminuíram em cerca de 1%.
Continuam liderando a produção e exportação do petróleo a Arábia Saudita e a Rússia. Em seguida, a Noruega, Irã, outros países do Oriente Médio, México, Venezuela, Nigéria e Angola. Nos dias atuais, o aproveitamento do petróleo mundial é da ordem de 85 milhões de barris diários, o que representa um consumo anual de 31 bilhões de barris. A produção supera o consumo em 2 milhões a cada dia.
Se não houver o aumento nas reservas provadas, superiores a 1,2 trilhão de barris, haverá petróleo para os vindouros 40 anos. A produção média do Brasil é de 2 milhões de barris diários, ainda insuficiente para o atendimento de todas as suas necessidades. Pelos dados disponíveis, o potencial do pré-sal é maior que o estimado e os riscos de exploração menores, podendo o volume de produção superar 5 bilhões de barris de óleo e gás, o dobro do volume atual.
A variação nos preços do petróleo influi, decisivamente, no aumento ou na diminuição do consumo, redundando em sensíveis impactos na economia global. O conflito do Iraque não colaborou para a diminuição dos preços, pois, antes da invasão em 2003, o barril era negociado a US$ 25 e, mais recentemente, a US$ 90. No Brasil, mais de 90% da geração de energia e 84% da capacidade instalada são oriundas das águas represadas dos nossos rios. O restante é complementado pelas térmicas movidas a bagaço da cana ou a gás natural, importado da Bolívia.
Estimativas relacionadas com o desenvolvimento econômico brasileiro (PIB) de 6% ao ano até 2030 evidenciam que o consumo de eletricidade precisará acrescentar mais de 3 mil megawatts (MW) anuais. Em decorrência, serão necessários investimentos de R$ 214 bilhões e a obtenção de licenças ambientais para 182 usinas hidrelétricas já autorizadas, mas que não saem do papel.
A principal fonte nacional de eletricidade continuará sendo a hidráulica (80 mil MW) e devemos alcançar 180 mil MW até 2030, completada por outras formas de geração, principalmente pelo bagaço da cana no Sudeste e da eólica no Nordeste. Uma tonelada de cana-de-açúcar possui energia equivalente a 1,2 barris de petróleo. Em consonância com recentes estudos, a indústria sucroalcooleira poderá produzir energia elétrica média de 14 mil MW. Para se ter ideia da dimensão desse número, a energia firme de Itaipu é de 9.699 MW.
Para o Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da USP, o investimento total de Belo Monte (R$ 36 bilhões) é correspondente a R$ 3,2 mil por KW instalado, ou seja, um custo muito próximo dos investimentos nas usinas de bagaço ou eólicas, justificando a diversificação da matriz energética nacional. O racionamento de energia elétrica, em 2001, com a duração de nove meses, apontou a imprescindibilidade dessa diversificação.
A produção nacional do etanol segue uma trajetória de constante crescimento, atingindo um volume superior a 27 bilhões de litros na safra passada de 2009/10. Em 2009, o consumo do etanol superou o da gasolina automotiva em torno de 25%. No entanto, a falta de uma política reguladora do mercado provoca oscilações de preços na entressafra e compromete a credibilidade do abastecimento. Quando se examinam as mais complexas questões geopolíticas do mundo, o item energia está no cerne da maioria delas.
A energia é fundamental e imprescindível para diminuir as desigualdades econômicas e sociais, assegurando a soberania dos povos. A situação brasileira de nação emergente não foge dessa realidade. Hoje, o Brasil possui um potencial energético abundante, contrastando com cenários de oferta limitada e escassez de outros países.
Consoante os estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), nos próximos 25 anos a demanda energética da América Latina será 75% maior. Na matriz energética latino-americana, predominam os combustíveis fósseis (petróleo e gás natural).
Quando se examina o uso de energia em todo o mundo, o crescimento foi de 2,5% em 2009, um pouco acima da média registrada na última década. Com exceção da nuclear, todas as demais energias tiveram queda no seu aproveitamento. Os asiáticos aumentaram em 5% o consumo, enquanto os norte-americanos diminuíram em cerca de 1%.
Continuam liderando a produção e exportação do petróleo a Arábia Saudita e a Rússia. Em seguida, a Noruega, Irã, outros países do Oriente Médio, México, Venezuela, Nigéria e Angola. Nos dias atuais, o aproveitamento do petróleo mundial é da ordem de 85 milhões de barris diários, o que representa um consumo anual de 31 bilhões de barris. A produção supera o consumo em 2 milhões a cada dia.
Se não houver o aumento nas reservas provadas, superiores a 1,2 trilhão de barris, haverá petróleo para os vindouros 40 anos. A produção média do Brasil é de 2 milhões de barris diários, ainda insuficiente para o atendimento de todas as suas necessidades. Pelos dados disponíveis, o potencial do pré-sal é maior que o estimado e os riscos de exploração menores, podendo o volume de produção superar 5 bilhões de barris de óleo e gás, o dobro do volume atual.
A variação nos preços do petróleo influi, decisivamente, no aumento ou na diminuição do consumo, redundando em sensíveis impactos na economia global. O conflito do Iraque não colaborou para a diminuição dos preços, pois, antes da invasão em 2003, o barril era negociado a US$ 25 e, mais recentemente, a US$ 90. No Brasil, mais de 90% da geração de energia e 84% da capacidade instalada são oriundas das águas represadas dos nossos rios. O restante é complementado pelas térmicas movidas a bagaço da cana ou a gás natural, importado da Bolívia.
Estimativas relacionadas com o desenvolvimento econômico brasileiro (PIB) de 6% ao ano até 2030 evidenciam que o consumo de eletricidade precisará acrescentar mais de 3 mil megawatts (MW) anuais. Em decorrência, serão necessários investimentos de R$ 214 bilhões e a obtenção de licenças ambientais para 182 usinas hidrelétricas já autorizadas, mas que não saem do papel.
A principal fonte nacional de eletricidade continuará sendo a hidráulica (80 mil MW) e devemos alcançar 180 mil MW até 2030, completada por outras formas de geração, principalmente pelo bagaço da cana no Sudeste e da eólica no Nordeste. Uma tonelada de cana-de-açúcar possui energia equivalente a 1,2 barris de petróleo. Em consonância com recentes estudos, a indústria sucroalcooleira poderá produzir energia elétrica média de 14 mil MW. Para se ter ideia da dimensão desse número, a energia firme de Itaipu é de 9.699 MW.
Para o Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da USP, o investimento total de Belo Monte (R$ 36 bilhões) é correspondente a R$ 3,2 mil por KW instalado, ou seja, um custo muito próximo dos investimentos nas usinas de bagaço ou eólicas, justificando a diversificação da matriz energética nacional. O racionamento de energia elétrica, em 2001, com a duração de nove meses, apontou a imprescindibilidade dessa diversificação.
A produção nacional do etanol segue uma trajetória de constante crescimento, atingindo um volume superior a 27 bilhões de litros na safra passada de 2009/10. Em 2009, o consumo do etanol superou o da gasolina automotiva em torno de 25%. No entanto, a falta de uma política reguladora do mercado provoca oscilações de preços na entressafra e compromete a credibilidade do abastecimento. Quando se examinam as mais complexas questões geopolíticas do mundo, o item energia está no cerne da maioria delas.
AUTOR: Luiz Gonzaga Bertelli - Diretor da FIESP e Pres da APH (O Estado de São Paulo)
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