Há um injustificado "veto branco", no governo, à criação de grandes reservatórios para novas hidrelétricas, afirma documento recém-finalizado do Centro de Estudos da Consultoria do Senado, que atende aos políticos da Casa. Esse "veto", motivado pelo temor das resistências às hidrelétricas, faz o país recorrer a termelétricas, mais caras e mais poluentes, concluem os autores do estudo, Omar Alves Abbud e Marcio Tancredi. "Há uma pressão ambientalista que não é razoável, porque estimula que deixemos de gerar energia limpa, de hidrelétricas, para usarmos mais energia suja", diz Abbud.
Há um injustificado "veto branco", no governo, à criação de grandes reservatórios para novas hidrelétricas, afirma documento recém-finalizado do Centro de Estudos da Consultoria do Senado, que atende aos políticos da Casa. Esse "veto", motivado pelo temor das resistências às hidrelétricas, faz o país recorrer a termelétricas, mais caras e mais poluentes, concluem os autores do estudo, Omar Alves Abbud e Marcio Tancredi. "Há uma pressão ambientalista que não é razoável, porque estimula que deixemos de gerar energia limpa, de hidrelétricas, para usarmos mais energia suja", diz Abbud.
O efeito perverso da subutilização do potencial hidrelétrico é duplo, diz Tancredi, pois obriga o cidadão a pagar tarifas maiores e pode acarretar impactos mais danosos para o ambiente. "Depois de alguns anos, a hidrelétrica pode até capturar mais carbono, na mesma região, do que antes de feita", diz. Para os autores do estudo, o impacto local da construção de uma barragem tende a ser menor ambientalmente que o da emissão de gases causadores do efeito estufa nas térmicas que compensam o que as hidrelétricas não geram, sem reservatório.
Desde 1998, quando foi construída a hidrelétrica de Serra da Mesa no rio Tocantins (GO), até hoje, a proporção entre o volume dos reservatórios e a carga de energia elétrica do país caiu de 5 anos para 1,5 ano, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Isso significa que o Brasil tem menos capacidade de armazenar água em suas hidrelétricas - e, por consequência, energia. Desde janeiro de 2008 foi produzido um montante de 12,23 milhões de megawatt-hora (MWh) de usinas térmicas, a um custo total de US$ 2,3 bilhões até junho do ano passado.
Os representantes do Ministério de Minas e Energia defendem as térmicas, no Brasil, como garantia para uma eventual escassez de energia de outras fontes. Para os consultores legislativos do Senado, porém, se o governo adotasse maiores reservatórios nas usinas que têm construído recentemente, o uso das térmicas seria menor.
Para Abbud, onde há formação topográfica que favorece a construção de um reservatório, não há sentido em deixar de fazê-lo. Ele lembra que, depois de construída a usina, não é possível reverter a decisão. "Os reservatórios são patrimônio da nação."
O caso em discussão da usina de Belo Monte é um exemplo dessa política, dizem. Com potência instalada de mais de 11 MW de geração, a energia assegurada ao longo de todo ano da usina do rio Xingu (PA) será de 4.500 MW. Essa diferença se dá pelo fato de Belo Monte ser uma usina no modelo "fio dágua", ou seja, sem reservatório. Portanto, a geração dependerá da sazonalidade das chuvas.
Devido ao baixo aproveitamento do potencial hidráulico, o estudo destaca que, entre 2005 e 2008, os leilões de energia que abastecerão o mercado a partir deste ano serão predominantemente de fontes térmicas. Serão 15,4 mil MW de fontes térmicas e 8,2 mil MW de hidrelétricas novos até 2013. As térmicas têm impacto maior na emissão de gases que causam o efeito estufa, que também têm grande impacto no ambiente mundial, dizem os consultores.
O estudo cita, ainda, cálculo de Eletrobras-Furnas, que indica que a área total ocupada pelos reservatórios de todas as usinas instaladas ou potencialmente instaladas na Amazônia é inferior àquela que foi desmatada em 1991, ano em que menos se destruiu a floresta em toda a série acompanhada pelo governo. O estudo pode ser encontrado em http://tinyurl.com/y63f9hs (Valor Econômico)
Há um injustificado "veto branco", no governo, à criação de grandes reservatórios para novas hidrelétricas, afirma documento recém-finalizado do Centro de Estudos da Consultoria do Senado, que atende aos políticos da Casa. Esse "veto", motivado pelo temor das resistências às hidrelétricas, faz o país recorrer a termelétricas, mais caras e mais poluentes, concluem os autores do estudo, Omar Alves Abbud e Marcio Tancredi. "Há uma pressão ambientalista que não é razoável, porque estimula que deixemos de gerar energia limpa, de hidrelétricas, para usarmos mais energia suja", diz Abbud.
O efeito perverso da subutilização do potencial hidrelétrico é duplo, diz Tancredi, pois obriga o cidadão a pagar tarifas maiores e pode acarretar impactos mais danosos para o ambiente. "Depois de alguns anos, a hidrelétrica pode até capturar mais carbono, na mesma região, do que antes de feita", diz. Para os autores do estudo, o impacto local da construção de uma barragem tende a ser menor ambientalmente que o da emissão de gases causadores do efeito estufa nas térmicas que compensam o que as hidrelétricas não geram, sem reservatório.
Desde 1998, quando foi construída a hidrelétrica de Serra da Mesa no rio Tocantins (GO), até hoje, a proporção entre o volume dos reservatórios e a carga de energia elétrica do país caiu de 5 anos para 1,5 ano, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Isso significa que o Brasil tem menos capacidade de armazenar água em suas hidrelétricas - e, por consequência, energia. Desde janeiro de 2008 foi produzido um montante de 12,23 milhões de megawatt-hora (MWh) de usinas térmicas, a um custo total de US$ 2,3 bilhões até junho do ano passado.
Os representantes do Ministério de Minas e Energia defendem as térmicas, no Brasil, como garantia para uma eventual escassez de energia de outras fontes. Para os consultores legislativos do Senado, porém, se o governo adotasse maiores reservatórios nas usinas que têm construído recentemente, o uso das térmicas seria menor.
Para Abbud, onde há formação topográfica que favorece a construção de um reservatório, não há sentido em deixar de fazê-lo. Ele lembra que, depois de construída a usina, não é possível reverter a decisão. "Os reservatórios são patrimônio da nação."
O caso em discussão da usina de Belo Monte é um exemplo dessa política, dizem. Com potência instalada de mais de 11 MW de geração, a energia assegurada ao longo de todo ano da usina do rio Xingu (PA) será de 4.500 MW. Essa diferença se dá pelo fato de Belo Monte ser uma usina no modelo "fio dágua", ou seja, sem reservatório. Portanto, a geração dependerá da sazonalidade das chuvas.
Devido ao baixo aproveitamento do potencial hidráulico, o estudo destaca que, entre 2005 e 2008, os leilões de energia que abastecerão o mercado a partir deste ano serão predominantemente de fontes térmicas. Serão 15,4 mil MW de fontes térmicas e 8,2 mil MW de hidrelétricas novos até 2013. As térmicas têm impacto maior na emissão de gases que causam o efeito estufa, que também têm grande impacto no ambiente mundial, dizem os consultores.
O estudo cita, ainda, cálculo de Eletrobras-Furnas, que indica que a área total ocupada pelos reservatórios de todas as usinas instaladas ou potencialmente instaladas na Amazônia é inferior àquela que foi desmatada em 1991, ano em que menos se destruiu a floresta em toda a série acompanhada pelo governo. O estudo pode ser encontrado em http://tinyurl.com/y63f9hs (Valor Econômico)