As concessionárias de distribuição de energia elétrica consideram possível adaptar a rede e oferecer em até 18 meses as opções de medidores eletrônicos previstos em resolução aprovada na semana passada pela Agência Nacional de Energia Elétrica. A preocupação agora é com a maneira como esses investimentos em adaptação e modernização serão remunerados na tarifa. "A exigencia de investimento é muito alta e não está definido quem vai pagar a conta", afirma o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, Nelson Fonseca Leite.
O regulamento sobre a medição eletrônica é o primeiro passo para a implantação de redes inteligentes no Brasil. Ele prevê que dois tipos de medidores deverão estar disponíveis para o consumidor em um ano e meio. Um deles permite a opção pela tarifa branca, que estabelece descontos diferenciados para consumidores atendidos em baixa tensão, de acordo o horário de uso da energia; enquanto o outro tem funcionalidades adicionais, como a possibilidade de acesso à rede de comunicações.
"O investimento que a empresa faz hoje só passa a entrar na base de ativos na revisão tarifária. Aquela que tiver revisão a cada cinco anos e investir agora vai ficar quatro anos até ser remunerada", explica o presidente da Abradee em entrevista à Agência CanalEnergia. Leite lembra que até o segundo ciclo de revisão o mecanismo conhecido como Fator X incluía o componente Xe, calculado pelo método de fluxo de caixa descontado, que levava em conta a projeção de investimentos para o período tarifário.
Estudo da Abradee com a participação de várias consultorias sobre o investimento necessário somente para a implantação de medidores inteligentes e de adaptadores para a automação da rede concluiu que o valor chegaria a R$ 46 bilhões até 2030, em um cenário conservador. No cenário mais arrojado, o investimento seria de R$ 91 bilhões.
Leite observa que há uma questão regulatória a ser resolvida - a forma como o investimento vai repercutir na tarifa - e acredita que o órgão regulador tem que começar a pensar na regra de remuneração para o quarto ciclo de revisão.
O dirigente da associação concorda com a avaliação da Aneel de que a implantação do sistema de smart griddeve possibilitar a melhoria da qualidade dos serviços prestados e reduzir as perdas com o furto de energia das distribuidoras. (Canal Energia)
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