quarta-feira, 4 de setembro de 2013

EPE lança banco de dados com informações sobre geração eólica no Brasil

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) disponibiliza em seu site a partir desta terça-feira (03/09) um conjunto de informações geradas por diversos parques eólicos atualmente em operação no Brasil. O banco de dados será apresentado nesta terça-feira pelo presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim, durante o evento “Brazil WindPower 2013”, no Rio de Janeiro. O espaço reúne dados históricos sobre temperatura, umidade relativa do ar, velocidade média e permanência de velocidade do vento. Esses dados são compilados a partir de estações de medição instaladas em 180 parques eólicos no Rio Grande do Norte (73), Bahia (51), Ceará (28) e Rio Grande do Sul (28). Cada uma dessas 180 estações encaminha quinzenalmente à EPE um volume de informações, apuradas a cada 10 minutos, que supera 41 mil registros. São quase de 15 milhões de registros por mês. Os dados cobrem um período de janeiro de 2012 a junho de 2013 – prazo este que será ampliado gradativamente.

Pode-se, por exemplo, verificar que, nesse período de 18 meses, a velocidade média do vento nos parques eólicos baianos variou entre 6 e 11 metros por segundo (m/s), registradas em novembro e agosto de 2012, respectivamente. Ou que, em 2012, com exceção do mês de novembro, a velocidade do vento, em metade do tempo (permanência de 50%), foi igual ou superior a 8m/s nos parques eólicos da Bahia.

Na avaliação do presidente da EPE, trata-se de um importante ferramental, tanto para investidores do setor eólico quanto para outros agentes do mercado, como consultores e pesquisadores. “A disponibilização desse sistema de coleta de informações é um passo importante para que, no futuro, os modelos de planejamento consigam mensurar melhor os benefícios da operação conjunta de parques eólicos e usinas hidrelétricas, duas fontes sazonais”, explica Tolmasquim.

Desde 2009, quando ocorreu o primeiro Leilão de Energia Eólica do país, a EPE solicita aos parques eólicos a disponibilização de um conjunto de dados que permita caracterizar esta fonte. Para recepcionar e gerir essa base de dados, a EPE desenvolveu o Sistema AMA (Acompanhamento das Medições Anemométricas), alimentado com informações provenientes dos parques eólicos desde março de 2011. Essas informações são consideradas fundamentais para manter a consistência das decisões de planejamento da expansão e da operação do sistema.

A fonte eólica vem ganhando rapidamente participação na matriz elétrica brasileira, devendo atingir pouco menos de 10 mil MW instalados até o ano de 2016. (Jornal da Energia)
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