quarta-feira, 4 de abril de 2012

Água, vento e sol darão a energia que moverá o Brasil

Garantir segurança energética ao Brasil é grande desafio. Mas enquanto há resistências contra as hidrelétricas, temos boas notícias. É que o País pode se tornar em 2013 o décimo maior produtor de energia eólica do mundo, um salto de 10 posições, pois terminamos 2011 na 20ª colocação.

Neste ano entram em operação as primeiras usinas contratadas em leilão considerado competitivo para a energia eólica - o leilão de reserva de 2009. Atualmente, cerca de 7GW estão contratados e deverão entrar no sistema até 2016, montante que ainda deve aumentar para 8GW. A associação setorial Abeeólica destaca que atualmente a capacidade instalada do segmento é de 1.461MW e 1.200MW estão em construção, enquanto 6.000MW estão contratados. A partir do próximo ano haverá um incremento de aproximadamente 2.000MW por ano. A produção de energia eólica, da qual o Rio Grande do Sul faz parte, tem atraído vários fornecedores. O que a indústria quer é condição e competição suportada por ganhos contínuos de produtividade e condições favoráveis na infraestrutura nacional, o que passa necessariamente por uma redução nos custos da energia, seja elétrica ou gás natural.

Do exterior vem a novidade. Uma turbina eólica aérea a 300 metros do solo, onde estão ventos cinco vezes mais velozes, produzirá o dobro de energia dos atuais aerogeradores fixados no terreno e com custos até 65% menores. Poderá revolucionar o setor e deixar em desuso os grandes parques. O engenho, que pode ser instalado em dias, foi idealizado por técnicos da Companhia Altaeros Energies, ligada ao Instituto Tecnológico de Massachusetts, dos Estados Unidos. Por isso, geralmente são prosaicos os pensamentos e as conclusões sobre as dificuldades que elevamos à décima potência no cotidiano pessoal, empresarial e na área pública.

O Brasil precisa de energia e as hidrelétricas devem ser construídas, como as duas do rio Madeira, Santo Antônio e Jiruá, além de Belo Monte. Evidentemente que precauções ambientais devem ser tomadas e assim foi feito. Mas greves têm paralisado as obras e as reclamações de indigenistas continuam. Muitos esquecem que para cada hidrelétrica que se deixa de construir outras 10, queimando carvão ou óleo diesel, são colocadas em funcionamento. A poluição é muito maior. A pior poluição é a miséria e a falta de emprego, sem energia. O Brasil depende em torno de 75% do abastecimento por hidrelétricas. Não precisamos de “mães” ou “pais” de obras federais, mas de gerenciamento sério.

Em 2060, a população será de 250 milhões de habitantes. O potencial hídrico estaria, nessa data, aproveitado em sua totalidade, com capacidade elétrica instalada de 190 mil MW. Em 2060, o consumo estimado de energia será de 4.380 quilowatts/hora (KWh) por habitante. Precisamos aproveitar igualmente a biomassa e a energia solar, junto com a eólica. Para garantir uma situação em que exista melhor educação, saúde e abastecimento de água e esgoto à população haverá a necessidade de expandir a capacidade do parque industrial nacional e de gerar muita eletricidade. Basta de conversa fiada, vamos às obras. (Jornal do Comércio – RS)


Leia também:
* Aneel congela tarifas de distribuidoras do Rede
* Aprovada quarentena maior para empregado da administração pública
* Previsão de atraso maior em 21 térmicas ajuda a elevar preços da energia