quinta-feira, 12 de abril de 2012

EPE não desiste de térmicas a gás nos leilões

Apesar da decisão da Petrobras de não fornecer gás natural para projetos de usinas térmicas nos últimos leilões, a Empresa de Pesquisa Energética acredita que a fonte volte a ser comercializada nos próximos certames. De acordo com José Carlos de Miranda Farias, diretor de estudos da EPE, a conversa com a maior fornecedora do insumo já começou. "Temos conversado com o diretor José Alcides Santoro para encontrar um caminho que permita que o gás volte com segurança", afirma.

Ele destaca que não há da parte da EPE nenhum empecilho contra a fonte, que continua tendo projetos inscritos. "O leilão tem uma série de usinas inscritas. Se aparecer gás e tiver contrato, a usina está dentro. Não há nada contra as usinas térmicas a gás, apenas a dificuldade do volume. No penúltimo leilão, contratamos 1000 MW de gás", garante, referindo-se as térmicas a gás no Maranhão comercializadas pela MPX.

Outro fator importante para a perspectiva do gás como fonte combustível e economicamente viável que o diretor da EPE apresenta é o petróleo apresentado na camada pré-sal. “O futuro também depende do pré-sal, uma vez que ele deve trazer uma grande oferta de gás associado e o setor elétrico é um grande consumidor de gás". Ele lembra que existem empresas, por exemplo em São Paulo, que tem projetos de usinas dispostas a comprar gás. "Tendo gás a um preço competitivo, vai haver usinas a gás sendo contratadas", ressalta.

Leilões exclusivos para térmicas a gás – pleito de alguns agentes - não parecem estar nos planos da EPE. Segundo Miranda, não há prova que haveria algum benefício realizando esta ação. "Não foi provado que colocar usinas em separado vai abaixar o preço das usinas. A competição das fontes entre si é boa par a todos", acredita. Miranda acredita que a gaseificação do carvão mineral, estudada por agentes do Rio Grande do Sul deve primeiro vencer o desafio da redução de emissões, o que a deixará competitiva. "Qualquer ação no sentido de reduzir as emissões é favorável a competitividade do carvão ser uma fonte na matriz energética. Se conseguirem reduzir as emissões, sem dúvida será bom". (Canal Energia)


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