quinta-feira, 29 de abril de 2010

Baixa adesão de PCHs desaponta projeções do setor

De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica (APMPE), Ricardo Pigatto, há 1.700MW em PCHs com licença ambiental, e a categoria esperava que, pelo menos, metade disso entrasse no leilão

A inscrição de apenas 255MW em pequenas centrais hidroelétricas (PCHs) no leilão de reserva frustrou os especialistas do setor. A baixa adesão fez com que os agentes levantassem as já conhecidas críticas em relação ao tratamento recebido pela fonte.

Na contramão, os projetos eólicos ultrapassaram, pela segunda vez em menos de seis meses, mais de 10GW de potencial cadastrado num leilão, enquanto a geração a biomassa superou as expectativas atingindo 3,7GW.

“As eólicas têm taxas menores, por exemplo. E o nível de exigência do inventário das PCHs é muito alto, o que encarece o projeto. Além do licenciamento ambiental, que tem demorado muito mais que o das outras duas fontes”, considerou o secretário executivo do Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidroelétricas (CERPCH), Geraldo Tiago Filho.

O potencial em análise da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), segundo Tiago, está na casa dos 4GW, enquanto haveriam até 17GW já registrados. “O número é muito tímido em face da potencialidade que existe no País”, completou.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica (APMPE), Ricardo Pigatto, há 1.700MW em PCHs com licença ambiental, e a categoria esperava que, pelo menos, metade disso entrasse no leilão .

“Pode ser pela perspectiva de um baixo valor da tarifa”, afirmou Pigatto, lembrando que o exemplo do preço médio menor que R$150/MWh no leilão de eólicas pode ter feito os investidores desistirem por não acreditarem que a taxa de retorno seria a adequada para as PCHs — entre R$ 160 e R$175/MWh. (DCI)

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