A matriz energética brasileira registrou nível inédito de energias renováveis em 2009, segundo dados preliminares do Balanço Energético Nacional (BEN), que será divulgado hoje pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). As fontes renováveis responderam por 47,3% de toda a energia consumida no Brasil. Trata-se do maior valor pelo menos desde a década de 70, quando o consumo de lenha começou a cair no País.
O crescimento das fontes renováveis, porém, teve forte impacto de fatores pontuais, como a boa hidrologia, que permitiu maior geração hidráulica, e a crise econômica, que reduziu o consumo de carvão pelo setor siderúrgico. Ou seja, o aumento da participação renovável se deu pela redução da demanda por fontes não renováveis. O País consumiu 243,9 milhões de toneladas equivalentes de petróleo em 2009, 3,44% a menos do que em 2008.
A maior redução se deu entre as fontes não renováveis (-5.85%), para 128,6 milhões de toneladas equivalentes de petróleo. Houve queda no uso de carvão mineral (-19,4%), gás natural (-17,7%) e urânio (-7,6%). Por outro lado, energia hidráulica, produtos da cana-de-açúcar e outras renováveis tiveram aumento de 5,2%, 2,8% e 10,2%, respectivamente.
A participação das energias renováveis na matriz energética se manteve estagnada nos três anos anteriores, sempre com uma participação na matriz energética ao redor dos 45%. O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, disse que o patamar atingido em 2009 é o maior desde que o Brasil passou a usar fontes mais modernas de energia. "Pode ser que, antes dos anos 70, quando a lenha era consumida em larga escala, tenha havido porcentual maior."
Embora haja expectativa sobre a retomada do consumo de carvão já este ano, por conta do reaquecimento do mercado externo, Tolmasquim acredita que a participação das renováveis deve se manter alta pelos próximos anos. Ele argumenta que haverá aumento da oferta de energia hidráulica, além de manutenção do crescimento das vendas de etanol.
Há três grandes projetos hidrelétricos com início de operações previsto para a primeira metade da década: Estreito, na divisa do Maranhão com Tocantins, e as duas usinas do Rio Madeira. Além disso, Belo Monte deve começar a gerar energia em 2015. O governo pretende licitar ainda este ano outras 13 novas usinas, com capacidade total de 4,6 mil megawatts (MW).
A EPE calcula que, nos próximos 10 anos, as térmicas a óleo combustível gerarão apenas 7% de sua capacidade. Já as usinas a óleo diesel terão uma geração média de 1%. Tolmasquim disse ainda que espera pouca geração a gás natural nos próximos anos, em torno de 26% da capacidade instalada, apenas com usinas que têm obrigação de comprar gás ? em contratos chamados de take or pay.
Na matriz de energia elétrica, as fontes renováveis já têm hoje uma participação bastante expressiva, de 90,6% dos 509.5 mil gigawatts-hora (Gwh) gerados no ano passado. O volume é superior aos 86,4% verificados no ano anterior e reflete as boas chuvas que caíram durante o ano, permitindo um melhor aproveitamento das hidrelétricas em detrimento das térmicas.
Diante do avanço das renováveis, diz a EPE, o setor energético brasileiro vem reduzindo suas emissões de gás carbônico, que fecharam o ano passado a uma média de 1,43 tonelada por tonelada equivalente de petróleo consumido, após três anos em 1,48. O volume de 2009 é 11,8% inferior ao registrado no início da década.
Tolmasquim frisou que o balanço energético de 2009 confirma que os efeitos da crise econômica foram mais sentidos pela indústria exportadora do que pelo mercado interno brasileiro. A queda no consumo de carvão pelas siderúrgicas é um exemplo. Outro é o aumento do consumo residencial de energia, que chegou a 43,8 quilowatts-hora (kWh) por habitante por mês, 4,3% a mais do que em 2008.
"Enquanto o PIB caiu 0,2% e a oferta total de energia caiu 3,4%, a demanda por energia elétrica teve alta de 0,6%", argumentou o presidente da EPE. O consumo de combustíveis, outro indicador usado por Tolmasquim para avaliar o desempenho da economia, também registrou alta, de 3,6%. O dado inclui a venda de gasolina e etanol combustível.
Belo Monte. Tolmasquim voltou a defender a construção da usina de Belo Monte, alegando que se trata de "energia barata, limpa e que vai revolucionar a região", com investimentos em infraestrutura e empregos. Segundo ele, o leilão de energias renováveis previsto para este ano, para o qual há projetos cadastrados com 14,6 mil MW, não concorre com a hidrelétrica.
"Belo Monte vai gerar muito de dezembro a maio e a safra de cana vai de maio a novembro, que também é época de bons ventos. São fontes complementares", afirmou. (O Estado de São Paulo)
O crescimento das fontes renováveis, porém, teve forte impacto de fatores pontuais, como a boa hidrologia, que permitiu maior geração hidráulica, e a crise econômica, que reduziu o consumo de carvão pelo setor siderúrgico. Ou seja, o aumento da participação renovável se deu pela redução da demanda por fontes não renováveis. O País consumiu 243,9 milhões de toneladas equivalentes de petróleo em 2009, 3,44% a menos do que em 2008.
A maior redução se deu entre as fontes não renováveis (-5.85%), para 128,6 milhões de toneladas equivalentes de petróleo. Houve queda no uso de carvão mineral (-19,4%), gás natural (-17,7%) e urânio (-7,6%). Por outro lado, energia hidráulica, produtos da cana-de-açúcar e outras renováveis tiveram aumento de 5,2%, 2,8% e 10,2%, respectivamente.
A participação das energias renováveis na matriz energética se manteve estagnada nos três anos anteriores, sempre com uma participação na matriz energética ao redor dos 45%. O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, disse que o patamar atingido em 2009 é o maior desde que o Brasil passou a usar fontes mais modernas de energia. "Pode ser que, antes dos anos 70, quando a lenha era consumida em larga escala, tenha havido porcentual maior."
Embora haja expectativa sobre a retomada do consumo de carvão já este ano, por conta do reaquecimento do mercado externo, Tolmasquim acredita que a participação das renováveis deve se manter alta pelos próximos anos. Ele argumenta que haverá aumento da oferta de energia hidráulica, além de manutenção do crescimento das vendas de etanol.
Há três grandes projetos hidrelétricos com início de operações previsto para a primeira metade da década: Estreito, na divisa do Maranhão com Tocantins, e as duas usinas do Rio Madeira. Além disso, Belo Monte deve começar a gerar energia em 2015. O governo pretende licitar ainda este ano outras 13 novas usinas, com capacidade total de 4,6 mil megawatts (MW).
A EPE calcula que, nos próximos 10 anos, as térmicas a óleo combustível gerarão apenas 7% de sua capacidade. Já as usinas a óleo diesel terão uma geração média de 1%. Tolmasquim disse ainda que espera pouca geração a gás natural nos próximos anos, em torno de 26% da capacidade instalada, apenas com usinas que têm obrigação de comprar gás ? em contratos chamados de take or pay.
Na matriz de energia elétrica, as fontes renováveis já têm hoje uma participação bastante expressiva, de 90,6% dos 509.5 mil gigawatts-hora (Gwh) gerados no ano passado. O volume é superior aos 86,4% verificados no ano anterior e reflete as boas chuvas que caíram durante o ano, permitindo um melhor aproveitamento das hidrelétricas em detrimento das térmicas.
Diante do avanço das renováveis, diz a EPE, o setor energético brasileiro vem reduzindo suas emissões de gás carbônico, que fecharam o ano passado a uma média de 1,43 tonelada por tonelada equivalente de petróleo consumido, após três anos em 1,48. O volume de 2009 é 11,8% inferior ao registrado no início da década.
Tolmasquim frisou que o balanço energético de 2009 confirma que os efeitos da crise econômica foram mais sentidos pela indústria exportadora do que pelo mercado interno brasileiro. A queda no consumo de carvão pelas siderúrgicas é um exemplo. Outro é o aumento do consumo residencial de energia, que chegou a 43,8 quilowatts-hora (kWh) por habitante por mês, 4,3% a mais do que em 2008.
"Enquanto o PIB caiu 0,2% e a oferta total de energia caiu 3,4%, a demanda por energia elétrica teve alta de 0,6%", argumentou o presidente da EPE. O consumo de combustíveis, outro indicador usado por Tolmasquim para avaliar o desempenho da economia, também registrou alta, de 3,6%. O dado inclui a venda de gasolina e etanol combustível.
Belo Monte. Tolmasquim voltou a defender a construção da usina de Belo Monte, alegando que se trata de "energia barata, limpa e que vai revolucionar a região", com investimentos em infraestrutura e empregos. Segundo ele, o leilão de energias renováveis previsto para este ano, para o qual há projetos cadastrados com 14,6 mil MW, não concorre com a hidrelétrica.
"Belo Monte vai gerar muito de dezembro a maio e a safra de cana vai de maio a novembro, que também é época de bons ventos. São fontes complementares", afirmou. (O Estado de São Paulo)