A presença ou não de autoprodutores nos consórcios que se desenham para a licitação de Belo Monte (11.233MW) pode ser o fator de desequilíbrio na disputa. No grupo já formado, Andrade Gutierrez e Neoenergia terão a companhia de Vale e Votorantim, indústrias que têm direito a até 20% da energia gerada pela hidroelétrica. De outro lado, a desistência de Odebrecht e Camargo Corrêa leva com eles a Braskem e a Camargo Cimentos, além de por em dúvida as garantias que teriam empresas como Alcoa, Gerdau e CSN, por exemplo.
Para o presidente da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape), Mário Menel, a ausência dessas indústrias altera, de fato, a competição.
"Quem não tem o autoprodutor precisa vender 90% da energia no mercado cativo [mais barato, puxado pelo governo no leilão] e resta 10% para o livre [mais caro, onde o investidor pretende contrabalançar e tirar o lucro]. Com o autoprodutor, o consórcio vende só 70% para o cativo, o que dá uma grande diferença", diz.
Ainda aguardando os nomes que estarão no leilão, Menel não descarta as presenças das companhias citadas. Mas pondera sobre a segurança de um autoprodutor na disputa.
"A saída das construtoras pode mostrar duas coisas: sinalização de que o preço da construção é incompatível com o que o investidor precisa para tocar o projeto; ou mostrar apenas que não quer correr os riscos como um todo, mas, que se pretende participar depois, é porque tem um preço competitivo para oferecer", analisa o presidente.
Outra dificuldade para a classe, no caso de Belo Monte, é a constante discussão sobre os submercados. "Temos um pleito de juntar o submercado Norte com o Nordeste. Se isso tivesse sido aceito, poderíamos ter mais interessados, com uma área de abrangência maior", destaca o presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica, Luis Fernando Vianna.
Já o diretor-executivo da consultoria Andrade & Canellas, Silvio Areco, ressalta que a participação do autoprodutor teve de se adequar a um verdadeiro mercado de negócios.
"Quando você se associa, passa a trabalhar na maximização do projeto. E, se a indústria só procurava uma energia mais em conta, passa a ter de negociar a entrada na sociedade", avalia.
Por isso, o especialista acredita que indústrias talvez descartem o risco de um projeto desse tipo para ter uma própria Pequena Central Hidrelétrica (PCH), por exemplo, onde têm o total controle para usar a energia e vender o excedente. A presença de empresas autoprodutoras nos consórcios que se desenham para a licitação de Belo Monte, marcada para o dia 20, pode ser o fator de desequilíbrio na disputa, segundo especialistas do setor. (DCI)
Para o presidente da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape), Mário Menel, a ausência dessas indústrias altera, de fato, a competição.
"Quem não tem o autoprodutor precisa vender 90% da energia no mercado cativo [mais barato, puxado pelo governo no leilão] e resta 10% para o livre [mais caro, onde o investidor pretende contrabalançar e tirar o lucro]. Com o autoprodutor, o consórcio vende só 70% para o cativo, o que dá uma grande diferença", diz.
Ainda aguardando os nomes que estarão no leilão, Menel não descarta as presenças das companhias citadas. Mas pondera sobre a segurança de um autoprodutor na disputa.
"A saída das construtoras pode mostrar duas coisas: sinalização de que o preço da construção é incompatível com o que o investidor precisa para tocar o projeto; ou mostrar apenas que não quer correr os riscos como um todo, mas, que se pretende participar depois, é porque tem um preço competitivo para oferecer", analisa o presidente.
Outra dificuldade para a classe, no caso de Belo Monte, é a constante discussão sobre os submercados. "Temos um pleito de juntar o submercado Norte com o Nordeste. Se isso tivesse sido aceito, poderíamos ter mais interessados, com uma área de abrangência maior", destaca o presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica, Luis Fernando Vianna.
Já o diretor-executivo da consultoria Andrade & Canellas, Silvio Areco, ressalta que a participação do autoprodutor teve de se adequar a um verdadeiro mercado de negócios.
"Quando você se associa, passa a trabalhar na maximização do projeto. E, se a indústria só procurava uma energia mais em conta, passa a ter de negociar a entrada na sociedade", avalia.
Por isso, o especialista acredita que indústrias talvez descartem o risco de um projeto desse tipo para ter uma própria Pequena Central Hidrelétrica (PCH), por exemplo, onde têm o total controle para usar a energia e vender o excedente. A presença de empresas autoprodutoras nos consórcios que se desenham para a licitação de Belo Monte, marcada para o dia 20, pode ser o fator de desequilíbrio na disputa, segundo especialistas do setor. (DCI)
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