BRASÍLIA. Começaram ontem as negociações em Altamira (PA) do consórcio Norte Energia, responsável pela hidrelétrica de Belo Monte, para desocupação de mais de 300 índios de parte do canteiro de obras e retomada total dos trabalhos. Desde o dia 21 de junho, representantes de nove etnias ocupam o sítio Pimental, local onde trabalhavam mais de mil operários, que tiveram os trabalhos interrompidos pelo Consórcio Construtor de Belo Monte para evitar riscos de acidentes.
Os índios querem alterações no Plano Básico Ambiental (PBA), já aprovado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que prevê compensações e mitigações dos impactos da construção ao cotidiano das aldeias impactadas. Os representantes indígenas pedem a suspensão imediata da licença de instalação emitida para rediscussão do PBA aprovado.
Na semana passada, a Funai se manifestou sobre o tema, afirmando que mantém reuniões com as aldeias afetadas e reconhecendo a possibilidade de rediscutir o PBA e "fazer pequenas adequações", segundo nota oficial.
Até a implantação do PBA, as aldeias indígenas afetadas recebiam um valor mensal de R$ 30 mil, previsto em plano emergencial assinada pela própria Norte Energia. No mês passado, o pagamento desse valor foi suspenso, com a previsão de entrada em vigor do PBA em julho.
O diretor-presidente da Norte Energia, Carlos Nascimento, está em Altamira onde conversa pessoalmente com os representantes indígenas. Parte das aldeias foi ouvida ontem e outra parte será recebida hoje. (O Globo)
Leia também: