Já se passaram mais de dois meses desde o último blecaute de energia ocorrido no Brasil e, até agora, o governo federal não preparou o relatório oficial que deverá esclarecer as causas do evento. O documento é importante para que falhas sejam corrigidas e também para que episódios semelhantes ao do dia 10 de novembro não voltem a acontecer.
O documento final, que será produzido pelo Ministério de Minas e Energia, ainda não tem previsão para ficar pronto. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, os técnicos do ministério aguardam o parecer da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre o apagão para unificar com o estudo já entregue pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Consultada pela reportagem, a Aneel afirma que não tem previsão para concluir o trabalho, que é muito abrangente e precisa de dados específicos de cada uma das distribuidoras do país, o que justificaria a morosidade do andamento do documento.
E, para os agentes do setor elétrico, a primeira parte do relatório entregue pelo ONS se mostra incompleta. “O documento do ONS explica muito bem o que aconteceu naquele dia, mas, o mais importante, que era a causa do apagão, não está explicitado”, critica Ricardo Lima, presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace). A reclamação de Lima foi enviada formalmente, por meio de carta, ao ONS e à Aneel, segundo adiantou ao Brasil Econômico o executivo da Abrace.
A critica da Abrace é especificamente sobre os tópicos da conclusão do documento do ONS que diz que “as análises concluídas até agora levam a considerar que os curtos-circuitos verificados foram provocados por descargas atmosféricas e/ou pela redução da efetividade dos isoladores submetidos às condições meteorológicas adversas, caracterizadas por chuvas intensas e rajadas de vento”. Ricardo Lima salienta que as afirmações são hipotéticas e frisa que não esclarecem o problema. “Esperamos que o ONS responda à nossa carta em até 10dias”, comenta.
Raimundo Batista, presidente da Enecel Energia, que presta consultoria e também comercializa eletricidade, concorda com as afirmações de Lima. “O ONS não foi contundente ao explicar a causa do apagão, ele apenas aponta as possíveis causas do problema”, diz Batista. Na avaliação do especialista, que prontificou uma parte de sua equipe para analisar o estudo feito pelo Operador, a impressão que ficou da conclusão do relatório é a de que o governo não quer culpar um agente. “O governo está tentando protelar para não apontar umúnico culpado”, afirma.
Para Batista, o fato de Furnas já ter iniciado a troca de isoladores (equipamento utilizados na linha de transmissão) da região próxima a usina de Itaipu, local em que houve a queda da transmissão de eletricidade e acarretou no apagão nacional, indicam que o problema já foi detectado. “Isso demonstra que o problema não deixa de ser falta de investimentos para manter a rede e, sobretudo, para garantir o funcionamento dos isoladores”, comenta. “Porém, este não foi o único problema. Na nossa avaliação, o apagão ocorreu por um série de falhas e problemas no setor elétrico”, salienta Batista.[Brasil Econômico]
O documento final, que será produzido pelo Ministério de Minas e Energia, ainda não tem previsão para ficar pronto. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, os técnicos do ministério aguardam o parecer da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre o apagão para unificar com o estudo já entregue pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Consultada pela reportagem, a Aneel afirma que não tem previsão para concluir o trabalho, que é muito abrangente e precisa de dados específicos de cada uma das distribuidoras do país, o que justificaria a morosidade do andamento do documento.
E, para os agentes do setor elétrico, a primeira parte do relatório entregue pelo ONS se mostra incompleta. “O documento do ONS explica muito bem o que aconteceu naquele dia, mas, o mais importante, que era a causa do apagão, não está explicitado”, critica Ricardo Lima, presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace). A reclamação de Lima foi enviada formalmente, por meio de carta, ao ONS e à Aneel, segundo adiantou ao Brasil Econômico o executivo da Abrace.
A critica da Abrace é especificamente sobre os tópicos da conclusão do documento do ONS que diz que “as análises concluídas até agora levam a considerar que os curtos-circuitos verificados foram provocados por descargas atmosféricas e/ou pela redução da efetividade dos isoladores submetidos às condições meteorológicas adversas, caracterizadas por chuvas intensas e rajadas de vento”. Ricardo Lima salienta que as afirmações são hipotéticas e frisa que não esclarecem o problema. “Esperamos que o ONS responda à nossa carta em até 10dias”, comenta.
Raimundo Batista, presidente da Enecel Energia, que presta consultoria e também comercializa eletricidade, concorda com as afirmações de Lima. “O ONS não foi contundente ao explicar a causa do apagão, ele apenas aponta as possíveis causas do problema”, diz Batista. Na avaliação do especialista, que prontificou uma parte de sua equipe para analisar o estudo feito pelo Operador, a impressão que ficou da conclusão do relatório é a de que o governo não quer culpar um agente. “O governo está tentando protelar para não apontar umúnico culpado”, afirma.
Para Batista, o fato de Furnas já ter iniciado a troca de isoladores (equipamento utilizados na linha de transmissão) da região próxima a usina de Itaipu, local em que houve a queda da transmissão de eletricidade e acarretou no apagão nacional, indicam que o problema já foi detectado. “Isso demonstra que o problema não deixa de ser falta de investimentos para manter a rede e, sobretudo, para garantir o funcionamento dos isoladores”, comenta. “Porém, este não foi o único problema. Na nossa avaliação, o apagão ocorreu por um série de falhas e problemas no setor elétrico”, salienta Batista.[Brasil Econômico]