quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Futuro está nas redes inteligentes de energia

Para uma economia crescer de forma vigorosa é preciso investir em infraestrutura. Há alguns anos, esta afirmação significaria a realização de grandes obras com toneladas de cimento, como estradas, aeroportos, viadutos. Mas, no mundo de hoje, aplicar recursos em infraestrutura também significa investir em métodos mais inteligentes e eficazes para modernizar os tradicionais setores da economia.
Um exemplo disso é a evolução que as redes de energia devem passar nos próximos anos até alcançarem o conceito 'smart grid' (rede inteligente, em inglês), que, basicamente, prevê a aplicação das tecnologias mais avançadas do segmento de telefonia no setor elétrico gerando impactos mais amenos ao meio ambiente.

"O Brasil tem sido muito elogiado por sua economia, mas sua infraestrutura é de terceiro mundo", critica Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie). "É preciso pensar no futuro e o futuro é o smart grid. Não adianta somente a bolsa subir e o real se valorizar se não houver evolução na infraestrutura", reforça.

O smart grid é um conceito que dá mais independência ao consumidor, que poderá gerar energia e comercializar os excedentes como faz hoje um grande produtor de eletricidade. "Produzir, distribuir e consumir energia é um esquema superado e que ainda é o utilizado no Brasil. Hoje, na Europa, por exemplo, o consumidor residencial já pode produzir a sua energia e até vender eletricidade para o sistema. E isso precisa chegar ao mercado brasileiro", diz Bruno Regueira, executivo da IBM.

E a instalação deste sistema vai envolver qualidades capazes de permitir a transição da matriz energética para fontes renováveis, incluindo tecnologias que permitam a interatividade do consumidor com o sistema, além de preços de luz que variam de acordo com o horário em que foi consumida e a utilização de carros elétricos em detrimento daqueles que utilizam gasolina. Outras inovações, como o detalhamento da conta de luz, apontando quanto e a que horas foi o consumo de cada aparelho, o que possibilita a redução do uso da energia também fazem parte do conceito.

Europa e Estados Unidos
A Europa e os Estados Unidos já estão bem à frente quando comparados ao resto do mundo nesta tecnologia. Os americanos, por exemplo, depois de terem eleito o presidente Barack Obama já contam com um pacote de estímulo econômico, de US$ 4,5 bilhões, para o desenvolvimento do conceito naquele país. Outra prova de que os EUA sairão na frente neste ramo é a escolha de Steven Chu, prêmio Nobel de física e ferrenho de fensor do smart grid, para Secretário de Energia. [Brasil Econômico]