quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Planejamento do setor é a marca dos dez anos da EPE

A importância do planejamento no setor elétrico foi a tônica na cerimônia de comemoração dos dez anos da Empresa de Pesquisa Energética realizada na última segunda -feira, 18 de agosto, no Rio de Janeiro (RJ). Em auditório repleto de agentes e autoridades do setor elétrico brasileiro, a empresa comandada por Maurício Tolmasquim reafirmou sua vocação e o papel na condução do setor elétrico brasileiro. O executivo da EPE lembrou, em seu discurso de abertura, do momento que a empresa foi criada, a partir de um novo modelo em um país que recentemente havia saído de um racionamento de energia. "Foi como trocar o pneu do carro com o veículo em movimento e descendo a ladeira", afirmou.

Tolmasquim lembrou que a empresa estruturou o atual modelo de leilões de geração e transmissão de energia, considerados exitosos pelo setor, além dos leilões dos linhões, feito em corrente contítna. A estruturação de potenciais hidrelétricos complexos como os do rio Teles Pires, Sinop e São Manoel não ficou de fora. A captura de funcionários da EPE por índios quando dos estudos da usina de São Manoel (MT - 700 MW) não foi esquecida pelo executivo como momento de tensão. 

Ele também citou o apoio que a EPE deu para a expansão das fontes renováveis na matriz energética brasileira e que hoje a fonte eólica saiu da condição de fonte iniciante, com um leilão específico para ela, para ser hoje a mais competitiva nos certames. A resenha mensal de energia e o balanço nacional de energia são documentos com alta credibilidade reconhecidos pelo mercado. Outra atuação marcante da EPE foi no processo da renovação das concessões de geraçao e transmissão do setor elétrico.

Em mensagem enviada pelo Ministro de Minas e Energia Edison Lobão e lida pelo secretário-executivo, Marcio Zimmermann, na cerimônia, o desempenho da EPE nestes dez anos foi aprovado e elogiado. De acordo com Lobão, a empresa vem cumprindo o papel que a ela foi destinada. Na mensagem, ele lembrou que foi a falta de planejamento que levou ao racionamento de 2001 e que de lá para cá, o Brasil dobrou a sua capacidade. "Ainda segundo Lobão, os avanços proporcionados pela EPE foram fundamentais para que o setor elétrico brasileiro enfrentasse em 2014 a sua pior crise hidrológica"

Zimmermann também enfatizou a necessidade das demandas energéticas do setor sempre estarem na pauta do planejamento, uma vez que o Brasil é um país em desenvolvimento. Ele conta que a EPE não foi um desejo do governo, mas sim um clamor do setor elétrico. "Ninguém pode abrir mão do lado estratégico que é a energia", explica. Ainda,segundo Zimmermann, o setor elétrico brasileiro é visto como um dos mais bem estruturados para a sociedade. Ele frisou ainda da importância de haver um órgão com a característica da EPE, a exemplo do que já ocorre em outros países como Inglaterra e Estados Unidos, que contam com aparatos mais robustos. "É importante ter uma instituição com médio e longo prazo para atender a demanda da sociedade", observa. 

Como próximo desafio para a empresa, Tolmasquim relaciona a elaboração do Plano Nacional de Energia 2050, cuja elaboração está em andamento. O documento vai promover a discussão da inserção no planejamento de novos elementos como os veículos elétricos, a energia solar e o armazenamento de energia. A EPE também vai se ocupar do planejamento das novas usinas do Norte e das alternativas para a geração de energia com o fim dos novos aproveitamentos hidrelétricos. (Canal Energia)
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